segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Até Quando?!?!?!

Carmen Sílvia Musa Lício

Até quando as pessoas tentarão “se fazer” às custas dos outros? Até quando tentaremos dar o famoso “jeitinho brasileiro” para nos “darmos bem na vida”? Até quando isto, e até quando aquilo?

Há muitos anos, quando na política brasileira estava difícil pensar em quem votar para presidente, e, pela primeira vez anulei o voto pois não conseguia imaginar nenhum dos candidatos à presidência no referido posto, minha mãe falou que o Brasil não estava passando por crise de candidatos mas por uma crise muito maior e mais séria, uma crise moral. É triste constatar isto, mas ela estava, e está, certa.

Vejo com tristeza como muitos jovens estão “sem valores”, sem referência, sem rumo. Também, com os jornais diários mostrando tanta falcatrua, sem alguma medida efetiva tanto no sentido de coibir, como também no sentido de punir os culpados...

Sempre fui apartidária, voto em quem me inspira confiança, pela sua maneira de se expressar, pelo seu programa de governo, pela sua vida pública... mas ultimamente está difícil saber em quem votar, em quem acreditar; estamos numa época de muitas incertezas. É um tal de “votem em mim”, “votem em mim”, mas na hora de agir, são “todos iguais”, legislando em causa própria, procurando lesar o povo em benefício próprio, sem nenhum pudor!!!

A nossa tendência é educarmos os nossos filhos da forma que fomos educados. A nossa sociedade está em constante mudança e os valores estão “descartáveis”. “Burro” é quem não aproveita as chances, independente delas serem legítimas ou não, éticas ou não. Fica muito difícil passar valores que muitas vezes são considerados obsoletos, retrógrados (até a palavra é “archaica”).

Tenho dois filhos: um de 22 anos e outro de 20 anos. O mais velho, quando com seis anos, ganhou uma bola de futebol de couro linda de Natal e foi jogar com os amigos no condomínio onde morávamos. Estava muito feliz pois era o seu “sonho de consumo infantil”. Passada meia hora, ele voltou para casa chorando, dizendo que um menino a havia pego dele e levado para casa. Perguntei aos seus amiguinhos e eles confirmaram a história. Me armei de coragem, pois não gosto de fazer o papel da “mãe leoa” ( sou mais do “tipo apaziguadora”) mas ficou claro que tinha de tomar uma decisão, e tomei. Fui falar com a mãe do “dito cujo”. Quando contei o ocorrido ela disse que ele não entrou com bola alguma em casa apesar de umas 8 crianças indignadas “jurarem” que sim. Ela não voltou atrás. Disse que o filho era orientado a “resolver os seus problemas na rua”, não os trazendo para casa. Fiquei espantada! Como uma criança de 6 anos pode “se virar” na rua? Respondi que se o meu filho trouxesse algo que não fosse dele para casa eu iria querer saber de quem era, pois se hoje pega algo de outra pessoa e nada acontece, mais tarde vai ficando “mais normal”, até poder virar um ladrão. Para finalizar, disse-lhe que a diferença entre nós é que ela estava tentando criar o seu filho, enquanto eu estava tentando educar os meus.

Aí está toda a diferença!

Se quisermos que o nosso País seja um País de futuro, temos que cuidar do presente, da educação das nossas crianças e jovens, tanto no sentido ético, moral e espiritual. Se abrirmos mão de fazê-lo, haverá sempre quem o faça. Não poderemos, então, estranhar que os nossos filhos tomem atitudes nunca imaginadas, ou tenham idéias completamente fora dos “nossos padrões”.

Poderá ser muito tarde, e só poderemos nos lamentar pelas conseqüências da nossa omissão.

4 comentários:

  1. Carmen, uma das coisas mais difíceis em nossa terra infelizmente é escolher governantes.

    Ficamos sempre entre a cruz e a espada e o pior, acabamos escolhendo errado!!

    Muito bons seus textos menina, bjs do Zé Carlos

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  2. Pior que hj não é possível nem criar, nem educar os filhos. É te-los e orar para que deem certo por si mesmos, orar para que a presença dos pais seja impactante o suficiente para marcar o seu caráter.

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  3. Olá, Zé Carlos:

    Pior é que você tem razão... Está difícil escolher bons governantes.

    E que bom que você gostou dos meus textos!

    Pretendo transforma-los em livro. Nada como "eterniza-los".
    Quem sabe...rsss

    bjs e um grnde abraço

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  4. Rubinho:

    Com certeza, o exemplo dos pais fala muito mais alto do que as palavras... E a oração funciona, nem que seja "a posteriore"...rs

    Mas que está difícil educar hoje em dia, lá isto está!!!

    bjs

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