tag:blogger.com,1999:blog-29074075293967465732024-02-20T00:02:56.248-08:00crônicas ao entardecerGosto de escrever sobre a vida, alguns acontecimentos engraçados, a família, o trabalho, os amigos, animais... Espero que gostem de ler!carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.comBlogger25125tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-57393267035059044442013-05-27T14:15:00.001-07:002013-05-27T14:17:29.277-07:00Barango Kid<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span><br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: right;">
<span lang="ES-TRAD" style="font-family: "Arial","sans-serif"; mso-ansi-language: ES-TRAD;">Carmen Sílvia Musa Lício<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: right;">
<span lang="ES-TRAD" style="font-family: "Arial","sans-serif"; mso-ansi-language: ES-TRAD;"><o:p></o:p></span><br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">Estava saindo de casa, correndo como sempre,
quando, ao virar a esquina, quase reatropelei um cão já atropelado, que estava
estirado no meio da rua... Pedi a uns rapazes que estavam por perto para
retirarem o cão da rua e o colocarem em cima da calçada... E fui trabalhar.<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">No serviço, ás vezes ficava pensando se o
encontraria ao retornar para casa, torcendo para que tivessem cuidado dele e o
dono já o tivesse levado embora...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">Ao retornar, lá pelas 19 h, o cão estava em
cima da minha calçada, pois a minha casa é de esquina. Fui vê-lo e fiquei sem
saber o que fazer (não sou enfermeira de animais!), mas dei um pouco de leite
para o “infeliz” e uma cápsula de Bufferin (me falaram que AAS pode causar
hemorragia interna). </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">Fui dormir, me sentindo péssima, pois ele
estava tão “acabado” que não conseguia se levantar. Choveu muito e eu fiquei
morrendo de pena, pois o “dito cujo” estava ao relento.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">Uma amiga minha, enfermeira, também se
condoeu e chamou uma veterinária, sua amiga, para dar “uma olhada” e nos dar
alguma orientação sobre os “cuidados de enfermagem”... Ela nos orientou a dar a
cápsula de Bufferin, de 8/8h e não mexermos muito nele. Obedeci prontamente,
pois ele ainda não tinha muita confiança em nós e aparentava sentir muita dor.
Fiquei com medo de mexer nele e ele acabar por me morder, por medo ou dor, sei
lá...</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">Minhas “animalas” latiam dia e noite,
principalmente quando eu ia cuidar do “intruso”. Puro ciúme... </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">O coitadinho ficou sendo cuidado ali mesmo
por uns 15 dias, até começar a se levantar, muito devagarinho... Eu dava ração
e água 2 vezes por dia e ficava perto enquanto comia, pois não queria deixar
ali, por medo de alguma briga com algum outro cachorro de rua devido à comida.
Deixava sempre uma vasilha com água limpa . </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">Minhas cadelas, na época eram a Magda, a
Minie<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e a Núbia e todas não se
conformavam pelo fato de eu estar cuidando do “lazarento”... Olhavam alarmadas!</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">Quando começou a melhorar, pedi a uma vizinha
da frente autorização para fazer uma casa de alvenaria na calçada de um terreno
que ela tinha ao lado da sua casa. Ela concordou e eu já havia falado com o
pedreiro, pois não havia meios da minha matilha aceitar o desconhecido. Ah!
Nestas alturas eu já havia batizado de Barango Kid, pois era de porte médio, de
cor amarelada, com os pelos de<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>tamanho
médio, muito mal cuidado... Um verdadeiro “barango”! Ele já havia se acostumado
comigo e eu já o afagava, o que o deixava muito feliz.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">Um dia, ao voltar para casa no final do dia,
conversei com ele, dei ração, água limpa e entrei... Logo depois me chamaram
dizendo que dois homens estavam subindo a rua, levando o Barango Kid com uma
corda amarrada ao pescoço. </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">Saí rapidamente atrás deles, os alcançando
quase no topo da rua. Perguntei quem eram e me disseram serem os donos e que
o<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Barango havia fugido de casa há quase
um mês e que só agora haviam sabido de seu paradeiro. Perguntei onde moravam e
disseram que era na favela... </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">Contei o que havia acontecido e perguntei se
podia visita-lo... Eu queria saber onde morava e se estaria sendo bem
cuidado... Me deram o endereço e foram embora... </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">Fiquei preocupada pois aquela corda no
pescoço não era uma boa referência... mas, o que eu podia fazer? Estava claro
que o cachorro conhecia os donos, mas não o vi seguir com tanta disposição,
muito menos sendo acarinhado, nem vi os donos com uma “expressão de felicidade”
(estavam mais é com cara de “até que enfim achamos o fujão”). </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">E assim foi...<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Voltando para casa, ao me virar, vi o Barango
seguindo os dois, com uma certa resignação... Quando chegaram ao topo da rua,
quando iam começar a desce-la do lado de lá, Barango Kid deu uma virada para
trás, olhou para mim, depois foi-se embora.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">Após alguns dias resolvi visitar o Barango e
procurei o nº da rua até não poder mais, e nada de encontrar; ninguém conhecia
os tais sujeitos, nem o cão... Desisti então da busca inútil.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">Nunca mais ouvi falar do mesmo, mas de vez em
quando ainda me lembro dele e do seu olhar ao se despedir de mim: olhar de
despedida e agradecimento, ao mesmo tempo.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none;">
<span lang="pt" style="font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: #0016; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-20282655470928790502011-09-04T10:00:00.000-07:002011-09-04T13:41:17.197-07:00Às Empregadas...<p align="right"> Carmen Sílvia Musa Lício</p> <p style="text-align: justify;">Este artigo é uma homenagem às empregadas, pelo menos a algumas, consideradas mais do que “meras empregadas”...</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Sempre tive uma relação de amizade com as minhas “assessoras do lar”. Não consigo entender como pode haver uma luta de empregadas x patroas. Sei que é uma luta de classes e que não é um dos relacionamentos mais fáceis... mas não é impossível.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Da mesma forma que precisamos delas, parece que muitas vezes queremos demonstrar “o quão desnecessárias” são. A briga maior fica por conta do salário. Quanto vale o seu serviço?</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Às vezes nos tornamos piores que os nossos chefes (dá para acreditar?) Exigimos, exigimos e nunca agradecemos, ou elogiamos; afinal, são “nossas empregadas”. Só que o salário muitas vezes está aquém de tantas tarefas, tantos dissabores... Ainda têm que “agüentar” os “pimpolhos da mamãe”, às vezes, verdadeiros “pivetes”, querendo sempre mais isto, mais aquilo, mais e mais...</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Costumo dizer, brincando, que elas são “um mal necessário”, que nos ajudam em casa enquanto trabalhamos fora. Digo ainda que se “ruim com elas, pior sem elas”. Aliás, confesso que prefiro trabalhar fora a ficar o dia todo limpando a casa, lavando e passando roupas, cuidando “sempiternamente” dos nossos “amorosos rebentos”.</p><p style="text-align: justify;">
<br />Muitas vezes, ficam tão presentes que acabam fazendo parte da nossa família, pois cuidam de nós, dos nossos filhos e da nossa casa mais do que nós mesmas, que chegamos em casa, após a jornada de trabalho, nos sentindo cansadas e “sugadas até o osso e o caroço”.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Já tive várias “secretárias do lar”. Cada uma tem as suas preferências, seus pontos fortes, suas “manias”. Uma gostava de passar lustra-móveis até os móveis ficarem encharcados de tanto óleo, outra detestava, deixando os móveis “esturricados”. Umas se “penduram no telefone” e você não consegue ligar para casa nem para falar com ela; outra detesta tanto o telefone que não o atende, ou se esquece de dar os recados... Mas todas fizeram parte, em algum momento, da nossa vida familiar.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Da minha parte, considero que tive boas empregadas... Será sorte? Pode ser, mas creio que depende de como as tratamos. Não adianta ficarmos “gritando escalafobéticamente” para nos fazermos ser entendidas; devemos ser claras sem ser mal-educadas. Dá para se falar “tudo”, dependendo da forma como falamos e, quando as tratamos com respeito e dignidade, ficam agradecidas e correspondem de forma positiva.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Considero o serviço das empregadas dos mais difíceis, além de chato. Têm que agradar a todos da família, até aos animais! E o serviço, além de maçante e "todo dia a mesma coisa", é árduo e diversificado (lavar, passar, cozinhar, fazer faxina, cuidar dos animais, limpar vidros, portas, paredes, lembrar que a ração está acabando, que a água do galão está no fim, economizar água, luz, manter um bom relacionamento com os filhos da patroa, não aborrecer o patrão, lembrar do que falta comprar; às vezes lavar o carro e, quem sabe, até os animais...).</p><p style="text-align: justify;">
<br />Cada patroa tem as suas prioridades, o seu jeito de limpar; sua própria rotina, suas manias... São muitas adaptações, de ambas as partes. Considero-as bastante importantes e, se pudesse, pagaria bem mais... Creio também ser necessário mantermos um bom relacionamento; afinal, elas cuidam de nossas casas e dos nossos familiares... Como vou trabalhar tranqüila sem saber se “a própria” está com raiva de mim e vai “descontar” nos meus filhos? Ou desforrar nos animais de casa? Ou nas coisas que compramos com tanto sacrifício? Eu, hein? Se não for por respeito, que seja por cautela, ou por “política de boa vizinhança”!!!</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Procuro realmente ser amiga. É difícil conviver na sua própria casa com uma pessoa mal humorada. Não dá!!!</p><p style="text-align: justify;">
<br />E os deveres? E os direitos? Às vezes as coisas se confundem, pois o vínculo não é só empregatício... acaba sendo criado um elo de amizade.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Quando saem da minha casa, normalmente saem como amigas; me ligam no final de ano, desejando “um feliz natal”, perguntando como estão as “crianças” (um já tem 22 anos e o outro 20 anos). Isto quando não ligam para conversar, falar sobre as mazelas da vida, dos progressos, dos filhos, do marido... Várias delas me ligam como amigas! São laços adquiridos através dos anos, através da vida.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Tive uma empregada que ficou comigo por muitos anos, entre idas e vindas. Ela tinha acabado de se casar e eu de me separar. Tinha uns 20 anos e era muito imatura. Meus filhos foram cuidados por ela por mais de 12 anos. Quando entrou em casa, meus filhos tinham 5 e 2 anos de idade. Era muito solícita, espontânea, falando coisas que eu jamais falaria para um patrão. Se tivesse com idéias de me “sacanear”, ela mesmo se entregava...Eu acabava rindo da sua ingenuidade...
<br /></p><p style="text-align: justify;">Acompanhei “a vinda” dos seus filhos, pois os teve enquanto trabalhava comigo, o “rame-rame” do seu casamento, as suas dificuldades na criação dos filhos, a construção da sua casa... Tornamo-nos amigas. Até hoje seus filhos me tratam por tia... Eu a considero como uma filha, e é gratificante.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Digo a ela que nós fazíamos a “nossa terapia gratuita”, pois antes de sair para o trabalho eu contava as minhas tristezas familiares e “trabalhísticas” e ela fazia o mesmo. Daí eu saia mais calma para o trabalho e ela ficava em casa mais tranqüila.</p><p style="text-align: justify;">
<br />Até hoje rimos de alguns episódios... Ficou “tão de casa” que às vezes dava palpite no modo como eu tratava os meus filhos, que eu mimava mais um, ou algo semelhante. Era muito engraçado... Ela diz que aprendeu muito comigo, e eu fico contente em poder ter sido útil na sua vida de alguma forma. Em contrapartida, ela me auxiliou muito!</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Uma vez o marido foi embora, deixando-a sozinha com dois “infantes” para criar. Um estava com uns 9 anos e o outro com uns 8 anos. Entrou em depressão, chorando muito “pelos cantos da casa”. Quando vi que sua tendência era “afundar”, incentivei-a para que estudasse e terminasse o ensino fundamental. Acabou terminando e o marido voltando para o lar. Após algum tempo, novamente ficou sozinha com os “rebentos”. Mais uma vez a incentivei a estudar e ela acabou terminando o segundo grau. Foi uma vitória! Nunca me esquecerei da sua alegria na noite da sua formatura!!!</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Depois comecei a encorajá-la a continuar os estudos. Falei que ela poderia fazer uma faculdade, por que não? Ela achou que no momento não dava para tanto, e perguntei por que não fazia um curso técnico, de enfermagem, por exemplo. Claro que pensei nisto por já ser da área, e por ver como ela tratou muito bem minha mãe, então com 80 anos, quando ela ficou em casa por mais ou menos 2 meses, em depressão profunda pela morte do meu irmão mais velho. Ela a tratou com muito carinho e cuidado. Mas, daí, o “jovem mancebo”, o "maridaço", resolveu retornar ao lar, e suas expectativas de alçar vôo foram adiadas...</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Nesta época eu estava numa dificuldade financeira terrível, e, pela primeira vez pensei em dispensá-la. Na verdade eu já teria que ter dispensado antes, mas, como iria deixá-la desempregada com dois filhos? Realmente não é a minha primeira opção, pois considero um serviço de primeira necessidade e acho “uma sacanagem” dispensá-la na primeira dificuldade, inclusive por ter uma família para sustentar... Comecei a orar e pedi a Deus por uma solução, que veio logo. Sua primeira patroa, que a dispensou porque iria casar e ela queria que continuasse a dormir no emprego, a encontrou e perguntou se queria voltar a trabalhar para ela. Patrícia me contou, toda sem graça, e eu dei graças a Deus, pois seu sustento já estava garantido.</p><p style="text-align: justify;">
<br />Está trabalhando para ela já faz um ano, mas sempre aparece para me auxiliar, passar roupa e por a conversa em dia. Continuamos boas amigas...Às vezes saímos para fazer compras e conversarmos. É uma boa companhia. Até hoje rimos muito, eu, ela e as crianças...</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Pois é, a sua nova patroa disse que, se depender dela, ela aposenta lá! Grande futuro!!! Fiquei chocada, depois de tantos planos novos para sua vida... Aí você vê o respeito pelo ser humano...
<br />Se depender de mim, ela continua os estudos e se aposenta em uma profissão que goste e que se sinta realizada.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Vejo esta profissão como uma fase na vida de uma pessoa, não que seja “desmerecedora”, mas por ser muito desgastante, principalmente fisicamente. Prefiro apostar na evolução do ser humano!
<br />Muitas pessoas não têm oportunidade de estudar e fazer seus planos para o futuro, por isso procuro ajudá-las. E enquanto elas traçam suas vidas, me ajudam como podem, se esforçando ao máximo, tanto na escola quanto em casa. Todos ficamos felizes!</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Atualmente estou dividindo uma nova empregada com minha mãe; ela vai 4 vezes por semana para a casa dela e 2 vezes por semana para a minha casa. Está “super” feliz; além de ganhar mais, já a incentivei a estudar e já está começando a ler e escrever... Com certeza vai ser uma nova história...</p>carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-28987072523068972582011-08-08T08:00:00.000-07:002011-08-08T13:42:24.591-07:00Perfume Inesquecível<div style="text-align: right;">Carmen Sílvia Musa Lício
<br />
<br /><div style="text-align: justify;">Estava para sair de casa quando percebi que não achava o meu perfume. Como estava com pressa, pedi ao meu filho para me emprestar algum dele mesmo. Ele foi ao seu quarto e me trouxe um. Apressadamente, borrifei, sem perceber que era muito forte!!!
<br />
<br />Fiquei "um fedor só"!!! Me deu vontade enorme de tomar banho, mudar de roupa e tirar aquela "nhaca" de mim, mas não dava tempo. Então perguntei:
<br />
<br />-"Que perfume é este???"
<br />-"Não sei o nome. Ganhei."
<br />-"Quem deu este perfume, tão fedido???"
<br />
<br />Ele se virou para mim e, calmamente, respondeu:
<br />
<br />"Você!!!"
<br />
<br />Eu não perdi o equilíbrio e respondi:
<br />-"Qual é o nome dele?"
<br />-"Sei lá, você é quem deveria saber..."
<br />
<br />Então me lembrei que o comprei de uma colega de trabalho há muito tempo, para ajudar o seu marido que estava desempregado. Comprei outro para mim, que era maravilhoso, mas este...
<br />Lembrei então que era uma falsificação do perfume "Azzaro", falsificação muito ruim, por sinal!
<br />
<br />Então me virei e completei:
<br />-"Este deveria ser um "Azarrô", mas pelo jeito é mesmo um "Azarô"!!!"
<br />
<br />Rimos muito e ele foi guardar o seu perfume azarado...
<br />
<br />E eu??? Fiquei por vários dias sentindo aquele fedor!!!
<br />
<br />
<br /></div></div>carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-45433219106873274892011-04-08T12:00:00.000-07:002011-04-10T11:23:40.721-07:00Alôôô! Dr Malta?<div style="text-align: right;">Carmen Sílvia Musa Lício<br /><br /><div style="text-align: justify;">Era um dia de trabalho bastante difícil!!! Eu era auxiliar de chefia no Posto de Saúde dr. Malta Cardoso, nos idos de 1990 e poucos. Estava na sala da chefia tentando resolver vários problemas ao mesmo tempo, como sempre, para "ontem"...<br /><br />Então tocou o telefone, eu atendi, e do outro lado:- "Alô! Gostaria de falar com o dr Malta Cardoso".<br /><br />Pensei que talvez fosse um trote, mas educadamente perguntei quem era, e ela respondeu:-" É uma amiga dele" Eu perguntei há quanto tempo ela não o via (pois o posto foi inaugurado há mais de 20 anos atrás) Ela completou:-"Faz muito tempo que não falo com ele; encontrei o seu telefone na lista telefônica e resolvi ligar". Então eu respondi que deveria fazer "muiiito tempo", e a minha chefe, dra Marília, intrigada, ficou a escutar a minha conversa. Esclareci que agora era um posto de saúde e que tinha o seu nome e que só davam nomes para ruas, postos de saúde, escolas, depois que a pessoa havia morrido.<br /><br />Tentei não ser irônica, pois percebi que a voz deveria ser de uma senhora bastante idosa, mas como ela insistia muito em falar com ele, apesar das minhas explicações, eu respondi:-"Só se a senhora for a um centro espírita, afinal ele morreu há mais de 20 anos!!!"<br /><br />A mulher ficou muito sem graça, desculpou-se e desligou o telefone. Minha chefe ria muito e dizia:-"Você é louca??? Como dá uma notícia dessas, assim, desta maneira? A velhinha pode infartar..."<br /><br />Eu confesso que tentei prepara-la para a notícia, mas ela não queria entender...<br /><br />E eu? Não resisti à tentação de fazer um pouco de humor negro!!!<br /><br /></div></div>carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-7987373594507273162011-03-30T13:00:00.000-07:002011-04-07T12:31:36.997-07:00Adolescente tem cada uma...Carmen Sílvia Musa Lício<br /><br />Nem o ex vice-presidente do Brasil José de Alencar morreu direito e a minha filhota, de 12 anos, já veio com as suas:<br /><br />-"Pois é, nem deu tempo do repórter da Record fazer uma entrevista com ele para o novo quadro da semana: Virei Patrão"!!!<br /><br />E não parou por aí:<br /><br />-"Imagino o sujeito, cuidando do corpo dele para que fique bem por vários dias até o enterro, ao cuidar dele:-"Eu admirava tanto este homem, sonhava em poder conhece-lo, toca-lo, mas só agora pude ve-lo!!!"<br /><br />O pior é que ela soltou estas duas "pérolas" com a "cara mais lavada" do mundo, como se fosse um grande dito!!!<br /><br />Confesso que, mesmo achando o seu "chamamento" tão triste, não pude me conter e comecei a rir, em plena lanchonete, onde uma Tv mostrava o cortejo fúnebre até o aeroporto...<br /><br />Todos nos olharam, sem entender nada. Fazer o que...carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-27118905390726354392011-03-30T07:00:00.000-07:002011-03-30T09:08:13.094-07:00Conversando com as Plantas...Carmen Sílvia Musa Lício<br /><br />Já foi muito falado que as plantas gostam de música e há até quem diga que também gostam de que falemos com elas. Assim, como os animais, se desenvolvem melhor, mais rápido e mais fortes...<br /><br />Confesso que, apesar das minhas plantas irem muito bem, obrigada, eu não falo com nenhuma delas, mas não duvido que seja um bom meio de deixa~las mais felizes, nos alegrando mais com o seu viço e a sua beleza.<br /><br />Estava cuidando das minhas plantas, quando a minha irmã caçula apareceu e disse que ouviu falar que "as plantas gostam de conversa fiada". Ela é uma pessoa bastante prática e não acredita em muitas coisas que nós, pobres mortais, acreditamos (ou pelo menos não desacreditamos). Disse que as suas plantas andam muito feias, e que não florescem há muito tempo e que, ao se lembrar da hipótese de ser bom falar com elas, resolveu "soltar o verbo":- "Olhe aqui, suas plantinhas feias, se vocês não florescerem logo, logo, vou arranca-las e joga-las na lata do lixo!!!"<br /><br />Achei muito engraçado, bem típico dela, e fiquei a pensar se as coitadas das plantas entenderam e resolveram "criar juízo", se teem noção do sério risco que estão correndo... rssssss<br /><br />Eu, hein???carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-43873983584176431052011-03-28T10:06:00.000-07:002011-03-28T10:40:46.368-07:00A Melhor Pizza!!!Carmen Sílvia Musa Lício<br /><br />Estava conversando com a minha ex-empregada, que é mais do que uma amiga!!! Estávamos então "jogando conversa fora", rindo muito, quando ela falou de uma pizzaria perto da sua casa, que vendia uma pizza bem barata, apesar de não ser "aquela coisa"...<br /><br />Nisto encontramos um "folder" de uma pizzaria e meu filho perguntou "E que tal se comprássemos uma pizza?" e ela disse que eram muito caras, e completou:- "Ainda se fossem como aquela, a pizza da Rute, vá lá!!!!"<br /><br />E continuamos a conversar, e volta e meia ela falava da "maravilhosa pizza da Rute"... Aquilo foi me intrigando e, lá pelas tantas, perguntei:-"Afinal, quem é esta tal de Rute, que faz uma pizza tão deliciosa assim???"<br /><br />Pensei que fosse alguém perto da sua casa... mas, para surpresa minha ela respondeu:-" Ah! Dona Carmen, a senhora conhece muito bem! É a pizza que o seu filho está "careca" de comprar!!!"<br /><br />Só então entendemos que a pizza da Rute era a Pizza Hut!!!!!!!<br /><br />Depois de algumas explicações que se fizeram necessárias, rimos todos... <br />e muito!!!carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-86172526228632686282011-02-02T14:37:00.000-08:002011-03-28T09:59:19.480-07:00Catando os Caquinhos...Carmen Sílvia Musa Lício<br /><br />Quando meu marido pediu a separação, após 8 anos de casamento, com 2 filhos de “enxoval” para criar e educar, um de 5 e outro de 2 anos de idade, me senti não só abandonada, como também destroçada. A única coisa que me “segurou” foi a necessidade de continuar a vida e cuidar dos meus dois filhotes (que são a minha maior herança) e a fé que tenho em Deus...<br /><br />Fiquei “no chão”, sem saber como me levantar e prosseguir... Trabalhava durante todo o dia, e quando chegava em casa tinha que dar atenção às crianças, que nem entendiam bem a situação, cuidar deles, dar banho, jantar, contar histórias e coloca-los para dormir. Então a minha jornada diária estava terminada; e eu ficava enfim a sós para deglutir a minha tristeza, a minha solidão e pensar na minha vida, nas minhas dúvidas, e tentar me recompor para a jornada do dia seguinte... Muitas vezes orava e chorava até dormir de exaustão...<br /><br />Logo que ficamos sozinhos, meus filhos dormiam de mãos dadas comigo, por medo de que eu sumisse de casa no meio da noite, e quando eu ia ao banheiro ou queria mudar de posição, eles me esperavam para dar as mãos novamente e continuarem a dormir.<br /><br />Foi uma fase terrível para todos nós, e cada um reagiu como pode a este episódio nada feliz... Tive que me acostumar a tomar todas as decisões, a arcar sozinha com o peso delas, a me desdobrar para dar conta de tudo, pegar mais um emprego para dar conta de sustentar todas as necessidades sem a ajuda de um parceiro... O pior de tudo era a solidão e o desamparo que sentia..<br /><br />Meu filho mais velho ficou um tanto revoltado por se sentir abandonado, não conseguindo ir bem na escola, mesmo depois de quase dois anos de separação. Creio que se sentiu completamente abandonado pelo pai, entrando em depressão e ficando mais solitário. Resolveu então ser corinthiano, já que o pai era palmeirense...<br /><br />Já o caçula, após os sábados em companhia do pai, quando este se despedia, se virava para os brinquedos e era como tivesse “virado o disco”, não mais tomando conhecimento da sua pessoa... Até hoje tem um bom relacionamento com ele, sem esperar o que não pode esperar dele. Foi sua maneira de lidar com a situação. Desta forma conseguiu passar por este processo sem maiores seqüelas...<br /><br />Eu, após o luto interno normal, consegui catar os caquinhos e, com a ajuda de Deus, dar a volta por cima, não sem antes amargar uma depressão ”daquelas”... Após a fase do inconformismo, veio a fase de depressão, depois a fase da esperança de uma reviravolta, depois a da sobrevivência, depois o acordar para a vida...<br /><br />Nisto tudo aprendi que a nossa força vem de Deus, pois se não fosse Ele, não estaria mais aqui para escrever sobre isto; aprendi que a nossa fé deve estar firmada só nEle, que tem cuidado de nós; aprendi também o meu valor, pois cresci e vi que dá para sobreviver e ser feliz, apesar das “chuvadas da vida"<br /><br />Saí do casamento sem qualquer auto-estima; não me sentia capaz de nada. Aprendi a viver sozinha com meus filhos, sem perder a ternura por eles, ou melhor, sem me tornar amarga. E tudo o que tenho, tanto materialmente, quanto psicológica e espiritualmente, consegui após a minha separação. <br /><br />Deus não é maravilhoso? De uma situação triste construiu uma nova pessoa por inteiro, catando todos os meus caquinhos, colando um a um com dedicação e amor, tornando o segundo vaso muito melhor e mais resistente que o anterior, e com um brilho maior. Isto é vitória!!! É a transformação de coisas ruins em coisas boas e perenes!!!<br /><br />Creio, sim, ser vitoriosa, pois, apesar de todas estas experiências, meus filhos estão bem, estudando, batalhando as suas vidas, com uma formação íntegra; temos a nossa casa, nosso carro, nossos projetos de vida, nossos momentos de convivência, aprendendo a dar mais valor e a cultiva-los com alegria. <br /><br />Agora, o que vier é lucro! E creio que teremos muitos lucros ainda!!!<br />Graças a Deus!!!carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-83337823283282864342011-01-20T11:13:00.000-08:002011-02-27T11:33:31.013-08:00EmpatiaCarmen Sílvia Musa Lício<br /><br />Assisti outro dia a um filme que vocês, assim como eu, já devem ter assistido. Levei-o para rever com a minha mãe, pois é um clássico: “O Julgamento de Nuremberg”. <br /><br />Além de muito bem feito, com ótimos atores, nos traz um assunto já bastante discutido: o extermínio de 2,5 milhôes de judeus, sem uma razão, qualquer que seja, plausível. Neste filme aparece um psicólogo que fica encarregado de cuidar da parte psicológica dos militares alemães que seriam julgados pelos crimes cometidos contra os judeus. Lá pelas tantas, ele, um judeu, que não conseguia entender como um ser humano poderia cometer aquelas atrocidades a tantos outros seres, também humanos, fala que depois de muito pensar e avaliar os presos, chegou à conclusão que todos eles, apesar das diferenças, tinham algo em comum: a falta de empatia... Ele repetiu isto por várias vezes, e isto acabou ficando na minha mente...<br /><br />Empatia é colocar-nos no lugar de outra pessoa tentando entender como ela se sentiria diante de algum acontecimento ou de algo que lhe dissermos...<br /><br />Estamos vivendo uma época onde as pessoas tentam entender o que elas próprias estão sentindo, tentando satisfazer às suas próprias vontades e necessidades. Está cada vez mais difícil colocar-nos no lugar da pessoa com quem estamos falando, tentando ver se ela está entendendo o que dizemos, se não a estamos ofendendo, enfim, tentando ver como nós nos sentiríamos se alguém nos falasse ou tratasse como a estamos tratando...<br /><br />A primeira vez que escutei a palavra empatia, e a entendi completamente, foi na faculdade de enfermagem (nos idos de 1973), numa aula de psicologia. Achei muito interessante e percebi que havia escolhido a carreira de enfermagem devido a esta “tal da empatia”, pois sempre procurei tratar os outros de uma forma digna, que não viesse a ofende-los, humilha-los ou o que quer que seja...<br /><br />Quando perdi a minha irmã, com 15 anos, vítima de acidente de carro, fiquei surpresa com a minha facilidade de tomar as devidas providências, sem criar mais problemas do que os que já foram criados por outrem. Nesta época estava com 17 anos e estava decidida a me tornar uma física nuclear (vejam só!).<br /><br />Este acidente mudou o rumo da minha vida...<br /><br />Durante quase um mês, fiquei andando de um hospital para outro para ver como estava cada um dos acidentados (meus pais e minha irmã); comecei a ver como as pessoas ficam fragilizadas numa hora dessas, tanto os acidentados quanto os familiares e amigos. Aí, comecei a ver que este era um campo onde eu gostaria de atuar, tentando minimizar a dor, tanto física quanto emocional, de todos os envolvidos... Sempre gostei de lidar com pessoas...<br /><br />Desde então, vejo a enfermagem, não como um sacerdócio (só me faltava esta!), mas como uma das missões da minha vida... Algumas vezes pensei em mudar de profissão devido à falta de reconhecimento, tanto profissional quanto monetário (posso dizer “remuneratório”?), pois, como eu dizia há 30 anos atrás, “a enfermagem teve um passado duvidoso, um presente incerto e talvez um futuro não muito brilhante”.<br /><br />Nestes 30 anos de jornada, já passei por muitas fases e situações completamente diferentes umas das outras. Também muita coisa mudou com relação à enfermagem, sendo que a mesma já é reconhecida por outros profissionais e também pelos pacientes (só falta o retorno monetário). Agora podemos dizer que a enfermagem já tem um presente duramente conquistado, e um futuro promissor, com um retorno maior em todos os aspectos...<br /><br />Mas voltando à empatia, deveríamos tentar passar para esta nova geração, através da educação informal (em casa), da educação escolar, da mídia... o conceito e a vivência da palavra “empatia” e, desta forma tentarmos diminuir a violência, a falta de compaixão pelo próximo e as mazelas sociais... Só assim, creio, poderemos ter esperança de um mundo melhor, sem tanto egoísmo e, quem sabe, até um pouco mais altruísta, mais sincero, mais justo...carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-23307846853998454492011-01-18T11:59:00.000-08:002011-02-27T11:32:59.842-08:00Saúde x EducaçãoCarmen Sílvia Musa Lício<br /><br />Que título, hein? Você deve estar estranhando, pois uma coisa não invalida a outra e devem andar juntas... Quando vejo a ênfase dos políticos em considerar a educação prioridade, esquecendo-se de falar da saúde, fico muito preocupada!<br /><br />Realmente, um povo que recebe uma educação de qualidade tem mais condições de melhorar o seu nível sócio-econômico-cultural, levando o país a um maior crescimento em todos os aspectos... Só que não consigo ver a educação como prioridade, sozinha, deixando a saúde a "Deus dará".<br /><br />Um povo sem saúde pode freqüentar a escola e aprender? Uma pessoa só pode pensar em aprender se tem as suas necessidades básicas atendidas, por isto instituíram a merenda escolar; para garantir que pelo menos na escola a criança tenha uma refeição que a torne capaz de prestar atenção à aula, e não ao ronco do seu estômago. Isto sem falar que criança anêmica, com vermes ou “sei lá o que mais” não consegue nem prestar atenção às aulas; muito menos aprender.<br /><br />Você deve estar se perguntando:- "Para que toda esta conversa?". Acontece que há um bom tempo tem sido mostrado na mídia que os países em desenvolvimento que conseguiram “um lugar ao sol” investiram muito em educação... É é verdade, China e Portugal que o digam... Mas não consigo deixar de falar da necesidade premente de uma reestruturação da saúde em nível nacional, tanto da atenção primária (postos de saúde voltados para a saúde preventiva), da atenção secundária (clínicas de especialidade com especialistas em número suficiente para a demanda), e da atenção terciária (hospital de referência para tratamentos mais complexos, cirurgias...).<br /><br />As autoridades competentes deveriam dar prioridade a uma política de atenção à saúde sem demagogia, com uma implementação à "toque de caixa", antes que esta nova geração fique com a saúde comprometida a tal ponto que não consiga estudar e apreender e, com isto, não conseguirmos mudar a nossa história.<br /><br />Será que a saúde tem cura??? Esperemos que sim!carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-53798338675948407692011-01-16T11:32:00.000-08:002011-02-27T11:32:28.705-08:00Fluxo do Cipó da VoltaCarmen Sílvia Musa Lício<br /><br />Estava em meu ambiente de trabalho quando, após as múltiplas tarefas que me são imputadas como funções da minha ossada, ou melhor, alçada, fui verificar se havia algo mais na minha pasta de enfermeira para providenciar... Separei por setores (vigilância epidemiológica, relatórios diversos, pedidos de Oxigênio, visitas domiciliares...) e coloquei nos devidos lugares para providenciar.<br /><br />De repente, não mais que de repente, vi no meio da papelada um processo de Ouvidoria (em outras palavras, reclamação) que exigia resposta imediata!!! Resolvi ler o conteúdo da reclamação, já que havia tanta urgência e, qual não foi minha surpresa ao saber que a reclamante dizia não ter sido informada, quando da remoção de seu neto de 4 anos até o PS mais próximo, que a ambulância não poderia esperar para traze-la de volta até o “recôndito do seu lar”!!! Reclamava ainda que, como tinha vindo às pressas à nossa UBS trazer o neto para um atendimento de urgência não teve tempo para se lembrar de trazer documentos e dinheiro para a passagem de volta, tendo que retornar ao seu lar “como indigente”. Não é "meigo"?<br /><br />Só me faltava esta!!! Além de providenciar o atendimento médico com rapidez e conseguir uma ambulância com muita dificuldade, pois ambulância em nosso sistema de saúde é uma raridade, agora temos que nos preocupar em saber se a “fulana” está devidamente “documentada”, “endinheirada”, enfim, preparada para ser atendida no PS, sem documentos dela e do menor em questão, e sem condições para o seu retorno e até para tomar um lanche, caso necessário.<br /><br />Ah! Muito importante! Também devemos saber se há assistente social no PS, e, de preferência, se a mesma tem recursos para fornecer a passagem de volta para a avó e a criança...<br /><br />Ela se esqueceu, sim!!!<br /><br />Esqueceu-se de agradecer a nossa presteza em socorrer seu neto, apesar de não haver trazido documento algum, nem dela nem do infante; de agradecer por providenciarmos com presteza uma ambulância para a sua remoção, apesar de não termos nenhuma comprovação de que ela é quem diz ser, enfim, sem documentos que os identificasse; se esqueceu ainda de agradecer ao pessoal do PS, que atendeu e cuidou da criança sem exigir qualquer documento para que tal acontecesse.<br /><br />Só não se esqueceu de reclamar!!!<br /><br />Agora, quanto a ter tido que voltar “como uma indigente”, me diga, por favor, o que é uma pessoa que é atropelada na rua sem documentos? Uma indigente! Caso alguém morra e ninguém reclame o seu corpo, não será enterrada como indigente??? Pois é...<br /><br />Agora, ao responder esta queixa de ouvidoria, cheguei à conclusão de que talvez também seja minha função escrever um “Fluxo do Cipó da Volta”. Dá para acreditar???carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-26183606916781085832011-01-14T13:24:00.000-08:002011-02-27T11:31:38.814-08:00Vida Transformada.Carmen Sílvia Musa Lício<br /><br />Um dia, em meados de 2002, eu estava no posto de saúde onde trabalho, atendendo, como sempre. Nesta época eu era auxiliar de chefia e tentava, dentro do possível, resolver os casos mais difíceis que chegavam...<br /><br />Fui procurada por um senhor de aproximadamente 60 anos, Carlos Eduardo, com suspeita de câncer de língua. Estava muito difícil conseguir uma vaga em qualquer hospital de referência, pois as portas estavam fechadas, inclusive as vagas de “câncer de boca” para o ano já estavam lotadas e estávamos ainda no mês de maio!!!<br /><br />Demorei uns 20 dias, ligando para onde você possa imaginar. Enfim consegui uma “alma caridosa” que passou por cima das regras, benditas regras, e conseguiu a consulta mais rapidamente. Após a biópsia, o diagnóstico. Vinha então um novo desafio. Ele foi encaminhado para fazer radioterapia no ABC e não tinha dinheiro para a condução (2 intermunicipais e 4 municipais) e o tratamento durava 40 dias. Liguei para muitas pessoas para ver uma maneira de conseguir, e, finalmente, consegui que ele fizesse o tratamento...<br /><br />Conversei muito com ele, sobre a necessidade de não mais fumar nem beber, fazer o tratamento direitinho e que, humanamente, estávamos fazendo tudo que era possível. Incentivei-o também a procurar alguma dessas igrejas que têm o dom de cura e que não lhe “cobrasse dinheiro”. E assim foi; parou de fumar e beber e fez uma campanha de oração em uma igreja.<br /><br />Após a quimioterapia, sofreu uma cirurgia que retirou uma parte lateral posterior da língua. Estava muito magro e fraco; morava sozinho. Disse que a família não se importava com ele (talvez por ser alcoolista). Não me ative muito à família, pois deu para perceber que os relacionamentos familiares estavam rompidos.<br /><br />Conseguiu com a assistente social do hospital onde fez a cirurgia um alimento completo que vinha em caixas tipo longa vida. Mal conseguia se alimentar, tendo sido necessário colocar uma sonda naso-gástrica por onde introduzia o líquido...<br />De vez em quando vinha nos procurar para lavar a sonda, que entupia devido ao líquido ser espesso. Nesta época confesso que pensei que não conseguiria superar esta fase, pois estava muito abatido, tanto física quanto emocionalmente. Isto me preocupou, pois era uma brecha para a doença evoluir... Procurei melhorar seu estado de ânimo e continuei a falar que “para Deus não há impossíveis”... Fez um tratamento de fono e conseguiu reabilitar a sua fala!!! Ficamos muito felizes. A cada vitória, comemorávamos juntos.<br /><br />Perdi o contacto com ele... De vez em quando o encontrava na rua e conversávamos um pouco...<br /><br />Após muito tempo veio me procurar um senhor perguntando se eu estava me lembrando dele. Olhei com atenção e vi que a sua fisionomia era familiar (o engraçado é que eu sou boa fisionomista)... Quando ele começou a falar percebi que era “o próprio, ao vivo e a cores”!!! Estava completamente mudado. Mais gordo (não obeso), corado, alegre, falante. Foi um momento inesquecível!!<br />Após uns 4 anos de “capítulo após capítulo” eu o via renovado, tanto fisica quanto emocionalmente!!!<br /><br />Contou que estava completamente curado, com alta médica e tudo; que conseguiu, através daquela assistente social, uma aposentadoria de um salário mínimo que dava para os seus gastos pessoais. Então me falou que, através de um amigo, pela internet, reencontrou um irmão que tinha “ se perdido pela vida e pelo mundo” há mais de 20 anos, que estava morando com a família em Curitiba e que já fora visitá-lo!<br /><br />E tem mais, conseguiu o bilhete de passagem gratuita, tanto para sua locomoção dentro da cidade de São Paulo, como inter-municipal e, pasmem, inter-estadual. Começou a viajar para outros lugares, começando por Curitiba para rever o irmão e conhecer seus sobrinhos...<br />Tirou muitas fotos, que mostrou com um misto de satisfação e orgulho... Emprestou até um DVD onde está a sua viagem de trem a Paranaguá, com a família do irmão.<br /><br />Depois pegou “o vício” e começou a viajar por aí, indo para Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória... Como não tem dinheiro para pagar algum lugar para pernoitar, viaja à noite, enquanto dorme; passa o dia conhecendo o local e volta à noite para São Paulo. Foi assim que acabou conhecendo o Rio de Janeiro, pois não tinha passagem gratuita na noite seguinte para regressar de Belo Horizonte à “terra da garoa”. Acabou conseguindo uma passagem para o Rio de Janeiro, e embarcou!<br /><br />Sempre que volta de suas viagens vem me trazer as fotos para eu “conhecer o local”. Como a máquina de fotografia é emprestada do irmão, dei uma câmara fotográfica que eu tinha “no fundo do baú”. Ele demonstrou muita alegria e disse que agora está para ir à Blumenau e que me trará umas fotos tiradas com sua nova máquina... Pedi para tirar uma foto dele lá.<br /><br />Não é uma vitória??? Aliás, muitas vitórias, algumas até inimagináveis!!! Deixou de beber, de fumar, foi curado, restaurou o relacionamento com o irmão há muito perdido, tem seu sustento garantido, está conhecendo o Brasil, está com a cabeça mudada, com uma qualidade de vida muito melhor, com uma melhor auto-estima, com saúde e com um conhecimento pessoal de Deus e Seu poder que transpira por todos os poros!!! Vive sorrindo, alegre! Tem muitos planos de viagens...<br /><br />Ele acaba sendo um “troféu ambulante” de como as pessoas, com alguma ajuda, podem ser transformadas...<br />Com o tempo espero que possa restaurar o relacionamento familiar com seus filhos... Aí, sim, vai ser a vitória total !!!carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-81291466243405001292011-01-12T09:27:00.000-08:002011-02-27T11:31:06.121-08:00FelinaCarmen Sílvia Musa Lício<br /><br />Um dia, ao voltar de um plantão "daqueles" no hospital, encontrei meus filhos, com 9 e 6 anos na época, "cheios de mistérios"... Perguntaram para mim: -"Mãe, se um cachorro, ou gato, quebra uma patinha...o que se faz com ele?". Eu respondi que nós pegamos um palito de sorvete, colocamos ao lado da patinha e envolvemos com uma atadura por mais ou menos uns 15 dias, até sarar.<br /><br />Nesta época, eu estava trabalhando em três empregos, tentando sobreviver, para poder construir uma casa para morar com meus filhos. Minha mãe, como sempre, me ajudou, cuidando deles enquanto eu trabalhava e tentava lhes dar atenção, entre um serviço e outro...<br /><br />No dia seguinte, quando voltei do plantão, eles me perguntaram: -"E... se este cachorro, ou gato, tirar a atadura; o que se faz com ele?". Achei estranho, mas respondi: -" A gente pega outro palito e enfaixa novamente com mais força, com cuidado para não apertar demais e coloca um esparadrapo para ele não conseguir tirar...". O assunto se encerrou por aí e conversamos sobre outras coisas...<br /><br />No outro dia, de novo a mesma pergunta... Então perguntei: -"Afinal, onde está este gato ou cachorro?". Um olhou para o outro e me levaram até o porão da casa da minha mãe, onde estava um gatinho, de aproximadamente 4 meses, deitado numa caixa de papelão forrada, com uma das patinhas enfaixada.<br /><br />Era um gato "sem raça definida", como dizem os veterinários; para mim, "a esclarecer". Branco, com manchas cinzas tigradas de cinza claro e cinza escuro; parecia pintado à mão, com pelagem curta. Seus olhos pareciam de Cleópatra, como se tivesse passado um delineador e puxado o traço para os lados, tornando-os muito bonitos. Uma gracinha! E me olhava com um olhar do "tipo pidão" (será que nos "anais da literatura animal" tem este tipo de olhar catalogado?). Prestei meus cuidados "enfermeirais" e conversei com meus filhos, pois minha mãe sempre detestou animais em casa. Fizemos um trato: o gato só ficaria ali até ficar curado.<br /><br />Todos os dias, antes de sair para trabalhar no posto de saúde, dava pão molhado no leite para o gato comer e, à noite, antes de sair para o plantão no hospital, fritava uns "nuggets" de frango e oferecia ao gato, que a esta altura dos acontecimentos fora batizado pelos meus filhos de Félix. Eles estavam muito felizes!<br /><br />Após a recuperação "do cidadão", meus filhos insistiram em ficar com o gato, que já estava "enturmado". Ele ficava no quintal, no máximo no porão, e gostava de "dorminhocar" em cima da laje do banheiro da lavanderia, ao lado da caixa de água. Conversei com minha mãe sobre o fato das crianças estarem dando muito trabalho e que talvez um gato os tornasse mais entretidos no quintal, dando um pouco mais de folga para ela, pois eu mal parava em casa. Ela relutou um pouco, mas acabou concordando, afinal, "vó é vó", e disse que só aceitaria desde que ele ficasse somente no quintal, fora de casa.<br /><br />Acordos firmados, paciente curado, crianças felizes, o gato foi crescendo. Lá pelas tantas descobriu-se que o gato não era um gato e sim uma gata!!! Perguntei às crianças qual seria o seu novo nome e eles resolveram, na hora, que o feminino de Félix é Felina, e assim ficou.<br /><br />Felina era a rainha do quintal. Não parava um minuto, se é que se pode falar isto de um gato que, como se sabe, dorme em média 20 horas por dia! Era muito dócil e amava meus filhos. Eles faziam o que queriam com ela; nunca reclamava! Subia numa árvore (Pata de Vaca) e lá ficava; até dormia lá em cima, às vezes. O Rúben também subia e ficavam brincando "no poleiro" por "horas a fio". Via nela gratidão por todos os cuidados que lhe demos e pela acolhida em nossa casa.<br /><br />Numa noite, após alguns meses, ouvi um "grito animal" no quintal. Não era aquele "mia-mia" de namoro felino. No dia seguinte contei o ocorrido ao meu irmão,Paulo Alencar, que nos visitava, vindo de Janauba; ele é engenheiro agrônomo e morreu de rir ao ouvir que eu achava que a nossa gatinha fora "inaugurada de uma forma não muito amigável". Me disse que, para uma gata que fora estuprada na noite anterior, ela estava com um aspecto muito feliz! E rimos muito...<br /><br />O tempo passou e me pareceu que o seu ventre estava crescendo... Fiquei preocupada, pois sou enfermeira obstetra, de gente, não de animal! Esperei o inevitável, e esperei, esperei, por 3 longos meses. Conversei com alguns amigos e ninguém conseguiu me informar quanto tempo dura a gestação de gatas. Lembrei-me que a gestação de uma elefoa (ou aliá, como queiram) dura em torno de 20 meses... Fiquei preocupada mas vivia de lá para cá durante toda a semana e, aos finais de semana fazia plantão de 12 ou 24 horas numa maternidade, na zona sul. Andava de ônibus por aproximadamente 5 horas por dia. Pela manhã acompanhava estagiários de Enfermagem Obstétrica em Sala de Parto, zona sul (de segunda à quinta); à tarde era auxiliar de chefia em um posto de saúde (ou será de doença?) na zona oeste, repondo horário às sextas-feiras, durante todo o dia. Lembre-se que em São Paulo tudo é longe, ainda mais de ônibus! Vivia "sonada". Dormia muito pouco e ainda "gerenciava" a construção da minha casa. E dava atenção para as crianças, e tudo o mais que parecia ser necessário resolver.<br /><br />"De repente", meus filhos me contaram que a gata havia passado o dia todo com dores. Perguntei a freqüência das contrações e minha mãe, que já "estava de parteira", disse que eram fracas e "de hora em hora". Achei que ela devia estar entrando em trabalho de parto. Disse que era melhor dormir (só pensava em dormir!) e que provavelmente ela iria parir até a manhã seguinte. Confesso que pedi a Deus para que nascesse durante a madrugada, no porão, ou no dia seguinte, pois não sabia, e não sei, fazer parto de gatas!!!<br /><br />No dia seguinte, antes de sair, pela madrugada (sim, pela madrugada, pois acordava às 4:30h!), fui ao porão, fiz um carinho na Felina, vi que estava bem e fui trabalhar. Fiquei o dia todo torcendo para que, quando chegasse em casa, já encontrasse os "pequeninos mamando nas tetas maternas". Na dúvida, levei umas luvas descartáveis para casa, para o caso de ter que fazer um exame de toque na gata e avaliar a evolução do trabalho de parto da "dita cuja".<br /><br />Meu Deus!!! Só de pensar num parto complicado ficava apavorada. O que iria fazer? Pensava na necessidade de colocar um soro, sei lá!!! E como faria um toque numa gata? Será que se examinava assim? Será que era com o dedo mindinho? Muitas, muitas dúvidas...dúvidas teóricas e práticas!<br /><br />Quando cheguei em casa, à noite, fui informada que a Felina teve contrações durante todo o dia, andando pelo quintal, miando sem parar. Achei que o parto fatídico ocorreria pela madrugada, e fomos dormir. Mais uma vez, torci para que o "evento" se concretizasse de madrugada, de preferência sem a minha presença...<br /><br />No dia seguinte eu tinha uma reunião "obrigatória" pela manhã na faculdade, outra reunião "inadiável" à tarde na Prefeitura. Só isto! Não preciso falar que faltei às duas!!! Ao acordar fui dar uma espiada na gata e ela estava esbaforida, com as contrações irregulares, começando a "tremelicar". Se fosse gente, eu pensaria numa infecção generalizada (septicemia), mas como era animal, meus neurônios, recém acordados, ficaram sem saber o que pensar... Meu filho mais velho ficou apavorado e pediu-me para socorrê-la.<br /><br />Nesta época eu estava sem carro, pois havia dado o meu como entrada no terreno. Lembrei-me de um veterinário que tinha uma clínica próxima, mas como estava sem um mísero real (ou será cruzado? ou cruzeiro? não me lembro mais qual a moeda usada "nos idos" de 1995...), resolvi ir conversar com ele antes. Contei a situação da gatinha e ele riu muito. Riu da situação e das minhas "dúvidas obstétricas animais"! Disse que não deveria ser gravidez por que a gravidez "gatosa" dura 2 meses!!! Pediu-me para buscá-la para "dar uma olhada".<br /><br />Resultado "da olhada": uma cirurgia de emergência para retirada dos fetos. Pedi para aproveitar e laquear, ou melhor, castrar, e foram retirados três gatinhos lá de dentro. Um já estava em decomposição, outro estava morto e o outro morreu (ou faleceu?) logo após sair do ventre. Como boa enfermeira, dei os primeiros cuidados ao recém-nascido-felino, com direito a aspiração das narinas e tudo, até massagem cardíaca com o dedo polegar!!!. Fazia tudo enquanto o Rúben assistia, preocupado. Eu, de minha parte pensava, com um pouco de remorso, que era melhor que o "recém-nascido-gato" não "vingasse" pois, como iria cuidar de um recém-nascido e de sua mãe no pós parto, trabalhar em três empregos, cuidar dos meus filhos, acalmar minha mãe, amenizar as brigas por ciúme entre minha irmã e meus filhos, gerenciar a construção da nossa casa, e tudo o mais que se fizesse necessário??? Pois é, o gatinho, coitado, morreu...<br /><br />Paguei com "cheque pré" para o meu 13º salário e estávamos em Outubro! Imaginem, uma laqueadura em "humanas" no Centro Cirúrgico do hospital em que eu fazia plantões ficava mais barato do que a cirurgia daquela gata, realizada na cozinha adaptada de uma casa comum, sem a assepsia de um Centro Cirúrgico!<br /><br />Levamos a Felina para casa ainda semi-consciente, com instruções de deixá-la dentro de casa até a retirada dos pontos... Minha mãe me olhou com um olhar misto de compaixão, pelo estado da gata, e de resignação. Ela ficou na cozinha, "super" bem cuidada. Para encerrar, Felina foi vítima de uma "baita" infecção, tomou um antibiótico "pra lá de caro"... Todos os dias eu fazia curativo e espremia o local, de onde saiam "baldes" de pus, e lavava dentro da cavidade com seringa e antibiótico. Ela aceitava tudo sem reclamar, apesar da dor, parecendo entender que estávamos cuidando dela.<br /><br />Esta gata se tornou muito amiga; nunca arranhou meus filhos, mesmo quando o caçula, Lucas, a enterrou em pé na areia do quintal da casa do vizinho, só deixando a sua cabeça para fora, num dia de um frio cruel!!! Quando reclamei, respondeu-me, surpreso, que deixou a cabeça para fora para ela poder respirar. Ele estava com 7 anos...<br /><br />Quando finalmente mudamos para a nossa casa, após 2 anos, ela ficou na casa da minha mãe por uma semana, para fazermos a mudança e arrumarmos um local adequado para ela ficar (disseram que gatos não gostam de mudanças). Depois a levamos de carro, dentro de uma caixa de papelão para não facilitar a sua fuga e para que ela "não soubesse o caminho de volta". Ficamos com ela presa dentro de casa por uma semana e, aos poucos, conforme ia se adaptando, fomos "ampliando os seus horizontes".<br /><br />Logo que mudamos, aconteceu um episódio engraçado. Havia um terreno baldio em frente à nossa casa, onde havia muitos ratos. Um dia ela saiu, e após um tempo voltou com um camundongo preso na boca. Estava morto e acho que ela trouxe para nos mostrar o seu grande feito! Passados uns minutos, mais um, e mais um, e mais um até completar 14 ratos! Alguns vinham ainda vivos e ela gostava de jogá-los com as patas dianteiras para cima por várias vezes, até morrerem. Parecia um jogo. A cada rato trazido, eu desinfetava o chão da cozinha com cândida, como toda boa enfermeira! Isto se repetiu até eu perder a paciência, dar uma bronca e falar que não precisava trazer seus "troféus" para casa. Nunca mais ela os trouxe. Mas quando entrava algum rato em casa, ela o caçava até aprisioná-lo num canto e começar a "sessão tortura". Jogava o intruso para o alto várias vezes até ele morrer, depois o abandonava para limparmos... Um certo dia ela correu atrás de um passarinho, conseguindo pegá-lo. Quando ia começar o ritual de tortura, o Lucas, o caçula, viu e deu uma bronca "daquelas". Creio que ele exagerou, pois nunca mais a Felina correu atrás nem de ratos nem de pássaros. Só olhava para a gente, meio "apalermada". Acabara-se a sua temporada de caça!<br /><br />Em outra ocasião a "danadinha" sumiu por três dias. Confesso que orei muito por ela. Quando apareceu estava suja, muito suja, e com uma fome incrível! Deu-nos a impressão de ter ficado presa em algum porão, ou algo assim. Ficamos numa alegria só, e demos o único banho da sua vida!!!<br /><br />Um dia ela subiu no telhado da edícula e não conseguiu sair de lá sozinha. Tivemos que fazer uma "operação resgate", com escada e tudo! Acionei os pedreiros que estavam em casa; foi muito complicado e demorado. Finalmente, meu filho Rúben, então com 12 anos, colocou uma escada do telhado da nossa casa para o telhado da edícula, e a trouxe em segurança. Imaginem a minha preocupação com os dois!<br /><br />Às vezes, de repente, Felina começava a correr pela casa atrás "de nada", até cansar. Eu achava que era uma forma de descarregar a sua energia, pois normalmente era muito sossegada. Quando "desembestava" a correr, dizíamos que estava praticando a "xispada pelada". Gostava também, como prova de carinho, lamber o cabelo do Lucas quando estávamos deitados, assistindo televisão. Parecia que estava satisfazendo seu instinto maternal animal, que foi interrompido...<br /><br />Ela era minha aliada na educação das "crianças"!!! Quando meus filhos, já adolescentes, ficavam de madrugada no computador, ou assistindo a algum filme, ela me chamava, até eu perceber o que estava acontecendo de "anormal". Ela queria dormir e eles atrapalhavam o seu sono. Com o tempo, meus filhos perceberam que ela os entregava; eu jamais contaria.<br /><br />No final da sua vidinha ela ficava mais em casa, só saindo para fazer as suas necessidades fisiológicas, e quando voltava, pedia para abrirmos a porta. Já estava com dificuldades para pular a janela da sala, que ficava sempre meio aberta para garantir o seu "direito de ir e vir". Gostava de ficar comigo na cama, deitada ao meu lado, enrodilhada, perto do meu ventre, se esquentando e me fazendo companhia. Amava assistir televisão comigo e, se eu fosse preparar alguma aula, sentava-se bem em cima dos livros! Queria atenção "a todo custo". Gostava também de deitar-se no meu colo, enquanto eu fazia tricô ou crochê. Não mexia nas lãs, pois sabia que eu não gostava... No inverno, de vez em quando, me acordava com dificuldade de respirar, parecendo estar com bronquite; então eu a colocava bem próxima a mim, agasalhando-a, até melhorar...<br /><br />Ela já devia estar esclerosando, pois mal entrava, pedia para sair e mal saia, pedia para entrar. Rúben dizia que ela estava sofrendo de velhice crônica, e muitas vezes não dava para saber o que queria. Ficava miando e andando pela casa, sem conseguirmos adivinhar o que queria. Meus filhos me perguntavam se era assim mesmo. Eu dizia que devia ser e que devíamos proporcionar-lhe uma velhice tranqüila; afinal, ela fazia parte da família!<br /><br />Conviveu conosco por 12 anos e me lembro dela com carinho, das noites em que me acordava para receber um pouco de atenção ou pedindo ração "nova", afinal aquela já estava "velha" (eu sempre colocava um pouco antes de dormir); quando ficava me esperando no portão de casa e entrava junto comigo até dentro de casa (isto acontecia porque, muitas vezes as minhas cadelas que ficam no quintal, por ciúmes, não a deixavam entrar sozinha).<br /><br />Uma noite, ao chegar em casa, não veio me encontrar. Não me importei muito, pois ultimamente ela ficava me esperando na minha cama, em cima do travesseiro, sobre a colcha, e me olhava com cara de "olha eu aqui". Mas ela não estava na cama, nem no quarto, nem em lugar algum da casa. Fiquei preocupada e, antes de dormir me certifiquei que ninguém havia fechado a "janela dela", mas ela não apareceu.<br /><br />Todos os dias eu trocava sua água e ração, na esperança dela voltar. Ao chegar do serviço, a primeira coisa que perguntava era: -"E a Felina?". E meus filhos: -"Nada, ainda"...<br /><br />Após uma semana pedi a Deus que eu queria pelo menos saber se ela estava ou não morta, para não mais me preocupar em saber como ela estaria ou não. Queria ter certeza.<br /><br />Ao chegar em casa, minha empregada falou que tinha uma notícia "não muito boa" para me dar, e seus olhos marejaram... Levou-me até o muro do fundo do quintal e me mostrou a Felina, já "seca" parecendo estar empalhada. Ela deve ter ingerido algum veneno e morreu tentando voltar para casa; talvez na esperança de cuidarmos dela novamente, e a curarmos...carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-66393075780380678472011-01-10T13:52:00.000-08:002011-01-10T13:52:00.096-08:00Até Quando?!?!?!Carmen Sílvia Musa Lício<br /><br />Até quando as pessoas tentarão “se fazer” às custas dos outros? Até quando tentaremos dar o famoso “jeitinho brasileiro” para nos “darmos bem na vida”? Até quando isto, e até quando aquilo?<br /><br />Há muitos anos, quando na política brasileira estava difícil pensar em quem votar para presidente, e, pela primeira vez anulei o voto pois não conseguia imaginar nenhum dos candidatos à presidência no referido posto, minha mãe falou que o Brasil não estava passando por crise de candidatos mas por uma crise muito maior e mais séria, uma crise moral. É triste constatar isto, mas ela estava, e está, certa.<br /><br />Vejo com tristeza como muitos jovens estão “sem valores”, sem referência, sem rumo. Também, com os jornais diários mostrando tanta falcatrua, sem alguma medida efetiva tanto no sentido de coibir, como também no sentido de punir os culpados...<br /><br />Sempre fui apartidária, voto em quem me inspira confiança, pela sua maneira de se expressar, pelo seu programa de governo, pela sua vida pública... mas ultimamente está difícil saber em quem votar, em quem acreditar; estamos numa época de muitas incertezas. É um tal de “votem em mim”, “votem em mim”, mas na hora de agir, são “todos iguais”, legislando em causa própria, procurando lesar o povo em benefício próprio, sem nenhum pudor!!!<br /><br />A nossa tendência é educarmos os nossos filhos da forma que fomos educados. A nossa sociedade está em constante mudança e os valores estão “descartáveis”. “Burro” é quem não aproveita as chances, independente delas serem legítimas ou não, éticas ou não. Fica muito difícil passar valores que muitas vezes são considerados obsoletos, retrógrados (até a palavra é “archaica”).<br /><br />Tenho dois filhos: um de 22 anos e outro de 20 anos. O mais velho, quando com seis anos, ganhou uma bola de futebol de couro linda de Natal e foi jogar com os amigos no condomínio onde morávamos. Estava muito feliz pois era o seu “sonho de consumo infantil”. Passada meia hora, ele voltou para casa chorando, dizendo que um menino a havia pego dele e levado para casa. Perguntei aos seus amiguinhos e eles confirmaram a história. Me armei de coragem, pois não gosto de fazer o papel da “mãe leoa” ( sou mais do “tipo apaziguadora”) mas ficou claro que tinha de tomar uma decisão, e tomei. Fui falar com a mãe do “dito cujo”. Quando contei o ocorrido ela disse que ele não entrou com bola alguma em casa apesar de umas 8 crianças indignadas “jurarem” que sim. Ela não voltou atrás. Disse que o filho era orientado a “resolver os seus problemas na rua”, não os trazendo para casa. Fiquei espantada! Como uma criança de 6 anos pode “se virar” na rua? Respondi que se o meu filho trouxesse algo que não fosse dele para casa eu iria querer saber de quem era, pois se hoje pega algo de outra pessoa e nada acontece, mais tarde vai ficando “mais normal”, até poder virar um ladrão. Para finalizar, disse-lhe que a diferença entre nós é que ela estava tentando criar o seu filho, enquanto eu estava tentando educar os meus.<br /><br />Aí está toda a diferença!<br /><br />Se quisermos que o nosso País seja um País de futuro, temos que cuidar do presente, da educação das nossas crianças e jovens, tanto no sentido ético, moral e espiritual. Se abrirmos mão de fazê-lo, haverá sempre quem o faça. Não poderemos, então, estranhar que os nossos filhos tomem atitudes nunca imaginadas, ou tenham idéias completamente fora dos “nossos padrões”.<br /><br />Poderá ser muito tarde, e só poderemos nos lamentar pelas conseqüências da nossa omissão.carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-13084954943652013822011-01-08T13:47:00.000-08:002011-01-08T13:47:00.241-08:00Homens x MulheresCarmen Sílvia Musa Lício<br /><br />Bom, creio que você já deve ter lido a minha crônica sobre o “relacionamento a dois”... Então, vamos escrever um pouco sobre o outro lado da questão.<br /><br />Quando “adolescemos” já pensamos em “garfar” aquele (ou aquela) maravilha que nos tirará da “mesmice” das nossas existências. E vamos à luta, cada qual a seu modo. Umas “desfilam” na frente dos “candidatos”, outras, mais tímidas, ficam de longe olhando e sonhando com tal “preciosidade”. Os rapazes, por sua vez, chamam a atenção de todas as formas imagináveis, às vezes até parecendo ridículos, com suas vozes esganiçadas... Mas...Tudo é belo!<br /><br />Nesta fase, quando saímos com o “gentil cavalheiro”, ele nos abre a porta do restaurante, espera "adentrarmos o recinto" (bonito, não?), puxa a cadeira para sentarmos, abre a porta do carro, enfim, um perfeito “gentleman”...<br /><br />Ela por sua vez, vai “vestida para matar”, coloca “aquele perfume” (dá para sentir a metros de distância), não se atrasa (muito importante no 1º encontro!) e “coloca” o seu melhor sorriso; encantador... Tudo “super” romântico.<br /><br />Após idas e vindas, finalmente começa a namorar com o tal “príncipe encantado”. Tanta novidade: conhecer, saber dos seus gostos, das suas preferências, de tudo o que puder saber. Parece até que estão fazendo um curso intensivo a respeito...não cansam de se conhecerem, tanto física, emocionalmente, em todos os aspectos... Ah! O amor é lindo!!!<br /><br />Então, resolvem “ficar noivos” (será que ainda se usa isto?). Começam a fazer planos para o futuro, como será a vida a dois, como será a casa, quantos filhos pensam ter, uma infinidade de coisas a serem compartilhadas, discutidas e acordadas.<br /><br />E os móveis? Aí começam as diferenças: ele gosta de uma decoração despojada, estilo “clean”; ela gosta de móveis rústicos, do tipo “mineiro”... Ela quer um casamento suntuoso (afinal, “só se casa uma vez”), ele quer casar só no cartório (muito mais prático e econômico)... Mas os dois se amam “de paixão” e tudo, tudo será superado após o casamento, com certeza.<br /><br />Tudo resolvido, entre “mortos e feridos” salvam-se os dois, caminhando felizes para o altar! A cerimônia de casamento é um sonho!!! Com clarinetas, violinos, daminhas de honra, padrinhos, muitos padrinhos, como convém em tal situação...<br /><br />Após a recepção, os dois saem para a lua de mel... Idílico!!! Viajam de avião para algum lugar paradisíaco, mais parecendo com a ilha da fantasia, e ficam lá por uma semana, regada a vinho, e a tudo que têm direito. Tiram dezenas de fotos, voltam morenos e felizes...<br /><br />O tempo vai passando, e um belo dia, ao acordar, o mancebo olha para o lado e...o que vê? Onde está aquela princesa com quem se casou? Quem é aquela estranha ao seu lado, mais parecendo “salva do incêndio”? Toda amarfanhada, com a maquiagem borrada, os cabelos arrepiados, a camisola deu lugar a uma “camiseta velha com alguns furinhos” (tão gostosa!), uma verdadeira “gata borralheira após a meia-noite”.<br /><br />Você está rindo? E a mocinha, logo ao se levantar, vê o amado tirando a remela do olho, só de cueca, “mijando” sem levantar o assento da privada, sem conseguir “mirar” direito. Realmente enternecedor...<br /><br />Ficam pensando: “Onde foi que eu errei?”, “Será que cai numa armadilha?”, “Será que fui vítima de propaganda enganosa?”, quantos pensamentos lhes vêm à mente... E isto é só o começo, tem mais...<br /><br />Na época do namoro, um coloca um bocado de comida na boca do outro, verdadeiro gesto de amor! Após algum tempo, dependendo do casal, quando um pede para o outro pegar um copo de água, o outro só falta responder: “Que tem? É aleijado?”... Romântico, não?<br /><br />É verdade que aquele cuidado excessivo de antes do casamento tende a desaparecer, mas não precisamos ser tão “nus e crus”... Isto acaba com qualquer romance...<br /><br />Será que estou sendo cruel demais? Não creio, pois tenho certeza de que você, é , você mesmo, deve estar se lembrando de muitas facetas desta triste realidade que eu deixei de contar...<br /><br />Passado mais um tempo (nada melhor do que o tempo para diminuir qualquer ilusão), o maridão chega em casa, cansado do serviço. A mulher está com cara de quem saiu de uma guerra, com as crianças pulando pelo sofá, a sala um “campo minado”, e tudo o que ele desejava era descansar um pouco, tomar uma ducha, comer e dormir assistindo o telejornal preferido, pois no dia seguinte terá que madrugar novamente...<br /><br />Já a esposa só pensa se conseguirá passar por mais este dia inteira, dando conta de tudo, deixando as coisas mais ou menos adiantadas para a manhã seguinte, na tentativa de diminuir o atropelo diário matinal...<br />O dia a dia acaba desestimulando qualquer tipo de romance; se não prestarmos atenção, estaremos fadados à mesma "aporrinhação" por todos os dias da nossa convivência... Isto, no mínimo, é desanimador!!!<br /><br />O mais difícil não é garfar aquele ou aquela maravilha... O mais difícil é conservar o amor que os uniu, aprofundando-o na convivência diária, enriquecendo-o sempre, tornando-o uma aventura a dois...carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-68835348994713582662011-01-06T13:40:00.000-08:002011-01-06T13:40:00.284-08:00Máquina de Fazer DoidoCarmen Sílvia Musa Lício<br /><br />As pessoas andam muito estressadas. Correm de um lado para o outro tentando “abraçar o mundo”. Precisam de tanta coisa para serem felizes: de um carro novo, de uma mulher “de dar inveja”, de filhos lindos, de um emprego maravilhoso, de uma casa “pra lá de chique”, uma casa na praia, outra no sítio, blá, blá, blá, blá, blá, blá...<br /><br />E, com o tempo, se tornam escravas “das coisas”, do bendito padrão. Só que a sociedade está cada vez mais consumista, cada vez mais superficial. Apesar da esperança de vida estar cada vez maior, estamos vivendo a vida cada vez mais superficialmente, nos importando mais com os “entretantos” do que com os “finalmentes”.<br /><br />Será que realmente necessitamos de tanta coisa para sermos felizes? Não sou adepta de nenhuma filosofia do tipo “amor e uma cabana” mas não precisamos de um palácio!<br /><br />Bom, quando coloquei o título pensei no funcionalismo público, então, vamos parar de tanto “rebosteio”.<br /><br />Realmente, o funcionário público está numa situação bastante difícil. Desacreditado, sentindo-se completamente desmotivado, sem aumento há mais de 12 anos, com os filhos crescendo e com novas necessidades, com cursos a fazer para melhorar seu futuro... E os pais, pobres funcionários públicos, sendo “achacados “ pelos usuários, pelas dívidas, pela falta de perspectiva... sendo cada vez mais cobrados e sem conseguir ver “uma luz no fim do túnel”.<br /><br />Então, os governantes, querendo nos desacreditar perante a população, deixam a Saúde Pública sem melhoria alguma, em nenhum aspecto, nem salarial, nem em quantidade, nem em qualidade; com toda a população a ser atendida aumentando, aumentando... Daí a população fica completamente desgostosa, revoltada, tornando o clima gerado propício à implantação de um novo modelo de assistência à saúde, a “salvação da lavoura”, que na verdade acaba sendo uma terceirização do serviço de saúde, dever do estado.<br /><br />Todo o dinheiro que deveria ser empregado nos serviços já existentes com a melhoria dos salários, adequações dos espaços físicos, do número de médicos e demais funcionários, enfim, das condições básicas de atendimento, é investido na nova proposta de atendimento, alardeada como “a redenção da saúde pública”. Dá para entender o funcionário recebendo uma miséria enquanto o terceirizado recebe mais que o dobro, realizando o mesmo serviço? Por mais que eu possa pensar não consigo ver qualquer lógica em tamanho “despautério”!!!<br /><br />Por que não investir no servidor já concursado, motivando-o, criando cursos de reciclagem, revendo o plano de cargos e carreiras, tão ensaiado, e que não sai do papel? Que tal rever as perdas salariais, pagar as ações ganhas há tanto tempo, pagando com os precatórios?<br /><br />A mídia procura colocar o funcionário público como preguiçoso, inadequado às suas funções, mal preparado e ganhando muito, além do que merece. Vemos exemplos de pessoas que têm o hollerith avantajado... mas se esquecem de dizer que a grande maioria ganha muito abaixo do mercado, e que quando aposentamos não recebemos fundo algum de garantia. A única garantia que ainda temos, a estabilidade, já estão querendo nos tirar, fora muitas verbas, que não são incorporadas ao salário.<br /><br />Sabe daquele ditado: “de grão em grão a galinha enche o papo”?. Pois é, não estou nos comparando a “galináceas”, longe disto, mas quando acabarmos a carreira, os grãos poderão nos “escorrer” do bico, ou melhor, da boca, e corremos o risco de ficarmos, no final da vida, a “mendigarmos o pão” ou dependermos dos filhos para nos ajudarem no nosso sustento.<br /><br />Por que o título? É por que tenho visto muitos profissionais competentes se desestabilizarem, tanto física quanto emocionalmente, parecendo que estamos no banco da “Praça da Alegria” vendo as pessoas mais desatinadas passarem. Também!!! Estamos sendo pressionados de todos os lados; de um lado, a população cada vez mais exigente e consciente dos seus direitos; do outro, as chefias imediatas, mediatas, não tão mediatas, longínquas, remotas e sei lá mais o que, exigindo que demos conta de um público cada vez maior e, diga-se de passagem, mais ríspido. Isto para falarmos do local de serviço. Além disto, temos a família, sobrevivendo cada vez com menos condições financeiras, emocionais, “etcetera e tal”...<br />Por enquanto, estamos sobrevivendo a “duras penas”, sem qualquer qualidade de vida!!! E quem se importa com isto???<br /><br />A maioria dos funcionários do local onde trabalho está “endividado”, “rolando” empréstimos, tentando, literalmente, sobreviver emocionalmente a tanto “stress” no serviço e em casa. Muitos estão com 3, 4 e até 5 empréstimos para poder dar conta da sua “vidinha”. Muitos que antes moravam de aluguel estão morando em favelas ou casas “semi-faveladas” devido à crescente perda do poder aquisitivo (aliás, poder de sobrevivência, pois já perderam a esperança “de tanta aquisição”).<br /><br />Estamos assistindo a uma população cada vez mais “populosa” procurando um serviço de saúde cada vez mais defasado e obsoleto, os governantes só querendo fazer a sua plataforma de governo para se estabilizarem no poder, e os funcionários cada vez mais “no limite”, inclusive pedindo mais licenças médicas por “stress”, problemas emocionais e doenças mentais...<br /><br />Estou enfatizando demais? Talvez...<br /><br />Na verdade, este é, além de um desabafo, um grito de alerta!!! E será que alguém se importa???carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-43048313108088577632011-01-04T12:00:00.000-08:002011-01-04T12:00:03.240-08:00É Hora de Acordar!Carmen Sílvia Musa Lício<br /><br />Quantas vezes lutamos, brigamos, almejamos e batalhamos para conseguirmos algo que julgamos ser indispensável, “super importante”... E quando alcançamos, vemos que não era “tudo aquilo” que imaginávamos, que a propaganda era maior do que o conteúdo e sentimos que corremos “atrás do vento”, ou “atrás de nada”.<br /><br />Quando vejo pessoas que se sentem tão importantes devido ao seu “status”, à sua posição social, ao poder que têm, ou aos bens materiais que possuem, fico pensando na brevidade das nossas vidas, no que deixaremos de legado para a posteridade (é muita pretensão?), ou pelo menos no que deixaremos de valores para os nossos filhos.<br /><br />Não pensem que sou contra o “querer ter bens materiais”. Acho que o conforto, as possibilidades que o “vil metal” nos trazem são muito bem-vindos, desde que granjeados com dignidade, com ética, sem lesarmos nossos “iguais”. Creio ser importante termos ambição, desde que ela não seja desmedida. Ambição é um sentimento que nos leva a progredirmos, a fazermos planos, a nos organizarmos... é um sentimento saudável. Agora, quando passa dos limites e nos coloca uma “viseira” e não conseguimos mais enxergar os outros, nem os métodos empregados (os fins não justificam os meios!), aí se transforma em ganância, sede de poder, ou sei lá mais o que... Torna-se destrutivo...<br /><br />Quantas vezes corremos atrás de um padrão para nós e nossos filhos e nos esquecemos de dar a eles o presente mais caro e precioso que eles necessitam: a nossa companhia, a nossa atenção, o nosso “ouvir”. Até assistindo a “famigerada” televisão podemos, desde cedo, ensiná-los a serem espectadores críticos, que podem assistir, conforme a idade, é claro, e não concordar com tudo o que vêm. Esta visão crítica do mundo e dos acontecimentos só se consegue com o tempo, comentando as notícias, as novelas, filmes, livros e os acontecimentos corriqueiros do dia a dia, e, para isto, temos que escutá-los desde crianças, mesmo as histórias “mais banais”.<br /><br />A sociedade moderna tenta nos impingir um padrão e uma super-valorização das coisas que nos leva a correr delas e, neste afã, acabamos perdendo momentos muito importantes, como as risadas com os nossos filhos, suas angústias, suas alegrias, seus medos... Acabamos nos acostumando a não fazer parte do seu mundo e quando nos sentimos excluídos, ficamos espantados... Ou quando vemos as dificuldades nas quais se meteram, nos perguntamos:<br />-“Onde foi que eu errei?”.<br />Erramos em não compartilharmos as suas alegrias e tristezas, em não “jogarmos conversa fora” com eles, em não acompanhá-los nos seus momentos importantes, em não demonstrarmos amor e interesse por suas vidas, em não tentarmos conhecer os seus amigos, em não impormos limites; em procurarmos parecer tão perfeitos aos seus olhos que eles ficam sem graça, ou com medo, de nos falar sobre seus erros, suas dúvidas, seus tropeços, seus anseios...<br /><br />Aí, quando nos damos conta, perdemos nossos filhos para o mundo, sem termos para quem reclamar...<br /><br />É verdade, criamos nossos filhos para o mundo, sei disso, mas poderíamos prepará-los melhor para enfrentar a vida sem se corromperem, sem perderem de vista os valores aprendidos, sem se importarem tanto com “o que o grupo vai achar”, sem se perderem pela vida.<br /><br />Fala-se muito em Educação, como se a educação fosse aprendida só na escola. A educação começa em casa e a família que deixa de fazer a sua parte na formação dos seus filhos corre o sério risco de se surpreender, no mal sentido, com os resultados. Quando abdicamos do nosso dever de orientarmos a nossa prole, damos espaço para que outros o façam em nosso lugar e a colheita pode não ser tão benéfica, ou não tão feliz...<br /><br />Temos que reavaliar as nossas prioridades, colocarmos metas para o desenvolvimento dos nossos filhos, dedicarmos tempo à nossa família, desenvolvermos atividades com nossos filhos. E sempre, sempre, nos relacionarmos com as demais pessoas de uma forma respeitosa, para que nossos filhos aprendam conosco como se relacionar com os outros.<br /><br />Por isso, eu repito, temos que acordar!!!carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-19146718580395463022010-12-24T10:00:00.000-08:002011-01-04T12:03:05.210-08:00ResiliênciaCarmen Sílvia Musa Lício<br /><br />Êta palavra difícil!!! Que vem a ser isto? Demorei mais de meio século para escutar e saber seu significado. Como consegui viver tanto tempo sem saber “que raios” vem a ser isto, não sei! Não sou “expert” no assunto, mas, trocando “em miúdos”, resiliência é a capacidade dos materiais de, após algum impacto, retornarem ao seu estado original.<br />Os engenheiros usam este termo para falar dos materiais a serem utilizados em alguma obra; de sua capacidade de suportarem adversidades...e continuarem com as suas características originais.<br /><br />Pois é, resiliência é um termo interessante, que pode ser aplicado às pessoas... Tem pessoas que são resilientes, ou seja, conseguem se refazer rapidamente após as “intempéries da vida”, após uma perda importante, após um acidente, separação ou trauma... Outras, após qualquer acontecimento desagradável e inesperado, parece que se “esborracham” emocionalmente, ficando, às vezes, sem ação, ou demoram a voltar ao “seu normal”.<br />É como a dor, cada um tem seu limiar de dor... Enfim, umas pessoas são mais resilientes, outras menos!!!<br /><br />Quando o governo resolve aumentar os impostos, haja resiliência! Quando o nosso cônjuge resolve nos trair, haja resiliência! Quando recebemos contas e mais contas a pagar, haja...e haja...e haja... Haja resiliência, e paciência, e bom humor, e sei lá mais o que...<br /><br />É necessário “quilos” de resiliência (será que pode quantificar assim? Ou será que é como o PEI dos pisos cerâmicos? Confesso a minha ignorância “engenheirística”...) para continuarmos “firmes” após os telejornais diários, só nos falando de assaltos,. da miséria que grassa em nosso país (não confundir com graça, pois de graça não tem nada; só desgraça...).<br /><br />Todos os dias ficamos sabendo de mais uma tragédia, de mais uma guerra, de mais alguma falcatrua do governo, de mais algum “crime de colarinho branco”, que de tão antigo, deveria ser chamado “crime de colarinho encardido”.<br /><br />Deveríamos ser resilientes ao extremo!!! Após uma noite mal dormida, acordaríamos com “cara de anjinho”. Após aaaanos de vida, continuaríamos com “tudo em cima” (e em baixo também!). Não seria “por demais”???<br /><br />Bom, voltando ao nosso termo, você deve estar se lembrando de infinitas situações que, se fôssemos resilientes, conseguiríamos atravessar com um estofo bem maior!<br /><br />Vocês se lembram daquele boneco inflável que ganhávamos de presente quando crianças, que, por mais que você batesse, chutasse, ou jogasse para o alto, conseguia cair e se manter em pé, e sorrindo? Era divertido tentar desequilibrar o “João bobo”. Por mais que tentássemos, o João bobo voltava a se manter em pé, mesmo que demorasse um pouco mais, dependendo da queda ou da altura que fosse jogado...e sempre com um sorriso... Pois é, o João bobo era resiliente!!!<br /><br />Eu também quero aprender a ser mais e mais resiliente, apesar dos revezes, das inúmeras adversidades, e ficar firme, sempre em pé, mas não com o sorriso do João bobo... Resiliente, sim; “João bobo alegre”, não!!!carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-31916198691759329902010-12-22T12:09:00.000-08:002011-01-01T12:16:15.305-08:00Por que nos sujeitamos a tanta coisa???<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CUsers%5CCarmen%5CAppData%5CLocal%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><link rel="themeData" href="file:///C:%5CUsers%5CCarmen%5CAppData%5CLocal%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx"><link rel="colorSchemeMapping" href="file:///C:%5CUsers%5CCarmen%5CAppData%5CLocal%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_colorschememapping.xml"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> 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Faz parte atuante do mercado de trabalho, da direção das empresas, do cenário político, enfim, “faz e acontece”.
<br /></p><p style="text-align: justify;">Além do trabalho fora, continua em seu turno cotidiano familiar, procurando equilibrar-se na corda bamba entre os afazeres “trabalhísticos” e afazeres domésticos, como dona de casa, esposa e mãe...</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Se alguém fica doente, é a mulher que tem que se sacrificar e faltar ao serviço para levar um dos filhos ao pediatra, ou correr para dar um jeito de “dar conta da criança”, do serviço ou, pelo menos, “arranjar” alguém para ficar com o “filhote” até poder voltar para casa, esbaforida, preocupada, “atropelada”, cansada, mas com “pique” para cumprir o seu turno noturno (tomara que o filho durma bem esta noite!). Isto sem contar se o marido não resolver “bater o cartão”; afinal, ela é sua mulher.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Isto que estou escrevendo não é nenhuma novidade, sei disto... Realmente, para um casamento dar certo, temos que abrir mão de muitas coisas, que nos desdobrarmos entre multi-tarefas, entre o “óbvio e ululante” e o imaginável e esperado, às vezes não tão claro.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Voltando ao início, tenho visto algumas mulheres se sujeitarem a situações, no mínimo, insustentáveis. Como aceitar um casamento onde a mulher, além de trazer o provimento para casa, é rotulada de “preguiçosa”, ou de incompetente, ou ainda é desrespeitada, quando não agredida verbalmente e, às vezes, até fisicamente?</p><p style="text-align: justify;">Creio que se um casamento não está mais “dando certo”, é melhor cada um ir viver a sua vida e se separarem conservando um certo respeito. Ninguém é obrigado a conviver com ninguém. Mas tenho visto algumas mulheres se sujeitarem a um casamento de frustrações, de reclamações eternas, de descaso, de traições; tudo isto para não perder “o padrão”, não ter que “dividir o patrimônio”, por medo de ter que “ir à luta” para criar e educar os filhos sozinha.</p><p style="text-align: justify;">Creio que isto, além de não fazer bem à própria pessoa, também não faz bem aos filhos. Em que clima estes “inocentes” crescerão? E qual é a idéia que terão sobre o casamento?</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Não sou a favor de separações, muito menos as incentivo... Devemos investir na relação, não só esperarmos que o outro “cumpra a sua parte”, nem que “o outro mude”. Cada um tem que investir muito para um casamento dar certo. Temos que fazer concessões, colocar limites, sabermos “negociar”( no bom sentido). Um casamento só dará certo se houver muita compreensão, respeito, amor e cumplicidade (Será que estou querendo demais?). Ah! me esqueci, também tem que haver uma boa dose de perdão! Ainda tem que haver mais coisas como solidariedade e muito, muito diálogo. Muitas vezes um dos envolvidos não se comunica e já tira conclusões a respeito de algum acontecimento ou atitude do outro, e daí vai... Cada um tira suas conclusões, em geral precipitadas e até errôneas...</p><p style="text-align: justify;"> A comunicação entre o casal é algo muito importante a ser preservado e cultivado.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Não dá para viver um casamento de “faz de conta” nem nos acomodarmos para não “sairmos perdendo”. Quando nos sujeitamos demais, corremos o risco de acabarmos nos anulando e entrarmos em depressão, ou passarmos pela vida sem vivê-la. Será que é isto que queremos para nós, para os nossos filhos?</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Creio que tudo o que acontece conosco serve para nos fazer crescer como seres humanos. É muito bonito vermos uma pessoa sair do marasmo, e “ir à luta”, tentando se superar, aprendendo com os próprios erros e com os erros dos outros. Sim, com os erros alheios! Não precisamos cometer “todo tipo de besteira” para aprendermos. Podemos “nos economizar” e percebermos que algumas atitudes não nos convém. Para que “bater com a cabeça por aí” para depois percebermos o quanto nos machucamos? Sejamos mais coerentes, aprendendo com a vida...</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Já vi muitas mulheres que, quando viram seu casamento “ruir” como castelo na areia, e que, após o “período de luto”, se levantaram e, para tentar dar um futuro melhor para si e para os filhos, estudaram o que não puderam estudar antes (ou não quiseram) e, aos poucos, saíram “do caramujo”, caminhando pela vida com novas perspectivas... Isto sim é “dar a volta por cima”!!! A estas mulheres batalhadoras e incansáveis “tiro o meu chapéu”!!!</p><p style="text-align: justify;">Também considero verdadeiras heroínas as mulheres que conseguem se equilibrar entre o casamento, a casa, os filhos e o emprego!!! Têm que fazer uma ginástica física e mental enormes, pois não é fácil dar conta de tudo e ainda permanecer firmes, pacientes e acolhedoras ao mesmo tempo. E haja saúde para suportar todas as tormentas da vida!!!
<br /></p><p style="text-align: justify;">Cada uma tem encontrar a melhor maneira para manter ou não um casamento. É bom investir num relacionamento... o que não dá é para “ir levando”. Melhor seria procurarmos um equilíbrio a fim de vermos qual a melhor conduta, e não nos arrependermos mais tarde. Não devemos jamais tomar atitudes precipitadas; em época de crise é melhor pararmos para pensar e depois tomarmos uma atitude com maior clareza.</p> carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-51354395167510281312010-12-07T10:53:00.000-08:002010-12-07T11:08:45.513-08:00Relacionamento a Dois<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><br /></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right;" align="right"><span style="" lang="ES-TRAD">Carmen Sílvia Musa Lício<br /></span></p> <p style="text-align: justify;" class="MsoBodyText">Um dos relacionamentos mais difíceis de se compreender e de se manter é o relacionamento conjugal. Quando digo conjugal, estou falando do relacionamento entre um homem e uma mulher, morando debaixo do mesmo teto, casados ou não. </p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Você deve estar me achando “topetuda” por tentar escrever sobre este assunto tão controverso... Também acho; afinal não sou psicóloga, mas<span style=""> </span>não tenho<span style=""> </span>a pretensão de ser “a última palavra sobre o assunto”, muito menos esgotá-lo. Apenas quero tecer alguns comentários sobre o assunto, baseada na minha vivência pessoal, no que tenho lido, visto ,ouvido e pensado a respeito... Espero que sirva de ajuda para alguns, de “provocação positiva” para outros, enfim, de estímulo a pensarmos<span style=""> </span>no assunto com mais cuidado.</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Desde que nos entendemos “por gente”, pensamos em encontrar o nosso parceiro(a), aquele (ou aquela) que nos completará, que nos fará sentir aquele “friozinho na barriga”, ou pensar que temos “borboletas no estômago” quando o (a) vemos.</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Então, lá pelas tantas, encontramos o tão idealizado parceiro, ou parceira. Começamos a namorar, a nos conhecer e, após algum tempo (que julgamos o suficiente, mas talvez não o necessário), resolvemos nos tornar “um só”. É aquela alegria! Tudo fica lindo, ficamos “nas nuvens”...<br /></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Só que após um tempo de convivência começamos a ver que “não era bem assim” que imaginávamos que seria o nosso “caso de amor”. Aí vem o “acordar para a realidade”, o “cair das nuvens”, a decepção, a revolta, a melancolia... Enfim,cada um tem a sua maneira de vivenciar esta fase.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Como ainda estamos apostando no tal relacionamento, procuramos nos adequar, fazer acordos, tentamos ver o “outro lado” para vermos como agir ou reagir... sei lá!</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">É nesta fase que mostramos se somos ou não maduros e se sabemos nos adaptar a novas situações. É uma boa oportunidade para amadurecermos e colocarmos na balança os prós e contras deste relacionamento (o que já deveríamos ter feito antes de nos aventurarmos em tamanha empreitada) e procurarmos juntos solucionar ou diminuir nossas diferenças. É um processo moroso, de muitas renúncias (de ambas as partes), de<span style=""> </span>exercitarmos o perdão, de termos muita paciência e aprofundarmos o amor, enfim, alcançarmos uma vida a dois, apesar de conservarmos a nossa individualidade. Conseguindo superar esta fase, criamos um elo mais profundo e duradouro e conseguimos criar um clima de maior entendimento, cumplicidade e intimidade.</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">A dificuldade de um relacionamento a dois já começa pelas diferenças entre os sexos (estou sendo previsível demais?). Não vou escrever sobre as diferenças anatômicas, pois são óbvias demais, mas das diferenças emocionais, culturais e de expectativas entre os sexos...</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">A mulher, desde pequena, é criada para ser a parte “mais frágil” do relacionamento, para viver em função da família, para ter filhos e “ser cuidada” pelo esposo, o “provedor do lar”.<span style=""> </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">É verdade que estes papéis estão em constante mudança e já não é mais tão simples assim.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Mas, a mulher espera do casamento segurança, tanto física quanto emocional, e muitas “coisinhas” mais, tais como: respeito, atenção, cavalheirismo, companheirismo, proteção, valorização... ao mesmo tempo que quer se realizar, ter liberdade e autonomia. Enfim, que o homem satisfaça todas as suas necessidades, sendo compreensivo, acolhedor, forte, sábio.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Ao mesmo tempo que quer “pertencer”, quer ter independência... Dá para acreditar? Quer que o esposo seja líder, mas ao mesmo tempo seja gentil... Qual é o “super homem” que consegue ser tudo isto, e mais um pouco? Temos que lembrar que homem algum será capaz de preencher todas as suas necessidades. É simplesmente impossível!!!</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Aliás, não podemos esperar que o outro preencha todas as nossas necessidades, ou então o casamento estará fadado ao fracasso...</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoBodyText">A mulher precisa sentir que os seus sentimentos são validados pelo esposo, mesmo que pareçam confusos para ela, e ser por ele aceita, “apesar de tudo”. Se, às vezes, nem ela se entende!!! Necessita ainda da aprovação do marido, para manter a sua auto-estima, e de escutar sempre que ele a ama, para se sentir segura.<span style=""> </span>Isto faz parte do “ser” da mulher.</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style=""></span>Quando um homem diminui freqüentemente a sua mulher, tanto em público quanto em particular, acaba destruindo a sua auto-imagem, sua auto-estima e o seu senso de identidade própria.<br /></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Por outro lado, o homem é educado para ser o “provedor do lar”, o responsável pelas decisões mais importantes, o chefe do lar. O instinto do homem é lutar para conquistar, para vencer...</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">A casa e os filhos, enfim, o lar, é uma extensão da personalidade da mulher, assim como o trabalho é uma extensão da personalidade dele. Mesmo que a mulher trabalhe fora, sua prioridade é sempre o bem estar da sua família...</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Enfim, o homem resume-se em “ação”, enquanto a mulher resume-se em “emoção”. Será que estou simplificando demais? Talvez esteja...</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Não é difícil vermos, portanto, por que a dificuldade de nos entendermos com o nosso parceiro... São expectativas diferentes, mundos interiores muito diversos, histórias de vida singulares, objetivos diferentes...</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Hoje em dia, os casais casam já pensando que “se não der certo, caio fora”. Na primeira dificuldade já começam a pensar em desistir, se compensa continuar e coisas “do gênero”. Desta forma acabam não se empenhando o suficiente para que a situação seja resolvida. Muitas vezes agimos de forma leviana e egoísta, sem nos importarmos com o que o outro está sentindo ou pensando. Assim fica difícil entrarmos em acordo e o amor vai se gastando, desgastando, até acabar.<br /></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">O casal que pensa estar se casando somente com o outro, deixando a família de lado, está redondamente enganado. O parceiro é fruto da sua família, com seus erros e acertos, suas crenças, sua bagagem de vida... Não dá para o casal se “isolar”, julgando que nada os afetará...O “pacote” é completo, não dá para “compartimentalizar”, fingindo que nada vai nos afetar. Os revezes da família do outro acabam exigindo de nós, muitas vezes, tomadas de decisão que nos afetarão como casal e como família.</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Outro “probleminha” bastante sério é quando um dos cônjuges acha que pode "mudar" o outro após o casamento. Ninguém muda ninguém; no máximo podemos mudar a nós mesmos, ou baixarmos o nosso nível de expectativa com relação ao outro, ou com relação à união em si.</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Para que um relacionamento possa subsistir, precisamos pensar mais no outro do que em nós mesmos. Tentar fazê-lo feliz, pois só assim seremos felizes, visto que desta forma o retorno do outro será mais benéfico para alicerçar a relação a dois.</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Quando o homem volta ao lar, após uma jornada de trabalho, precisa do “repouso do guerreiro”; de sentir-se bem para refazer as suas forças para o dia seguinte... Como a mulher ficou o dia todo com os “metralhinhas”, cuidando da casa, da roupa e do<span style=""> </span>jantar; quer ter uma conversa com alguém adulto, que lhe dê atenção e carinho... Já o marido deseja uma “meia hora” de paz<span style=""> </span>para depois, já um pouco refeito, poder se inteirar das novidades familiares, curtir os filhos, rir das traquinagens... </p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">É necessário estabelecer uma rotina familiar saudável. Por exemplo, ao chegar, o marido já encontra os filhos com o banho tomado, toma o seu banho e os entretém enquanto a esposa, cansada da correria com os filhos, ultima o jantar. As crianças, dependendo da idade, podem auxiliar a colocar a mesa para a refeição. Após o jantar, enquanto as crianças colocam o pijama, escovam os dentes e escutam uma história lida pelo pai, a esposa lava a louça. Após se deitarem os pais se despedem, deixando-os adormecer sozinhos. Isto só é uma idéia podendo variar conforme o casal preferir. É bom estabelecer um “horário padrão” pelo menos no meio da semana, pois assim as “brigas” na hora de dormir acabam e não estressam mais o casal...</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Após a hora das crianças irem dormir, é importante o casal ter um momento para “se curtirem”, trocarem idéias, contarem as novidades do dia... E<span style=""> </span>namorar, que ninguém é de ferro...<span style=""> </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">O amor deve ser cultivado dia a dia. Não dá para esquecer as ofensas, o descaso do dia todo e curtir uma noite maravilhosa a dois; pelo menos não para a mulher, pois para elas o sexo é um complemento de um relacionamento, uma expressão de amor... Já para o homem o sexo por si só já é válido, não importando como foi o dia para o casal. Temos que entender o<span style=""> </span>significado do sexo para o homem e para a mulher. Assim poderemos entender o que o nosso parceiro(a) pensa e tentar compreende-lo(a) e chegarmos a um acordo que satisfaça a ambos.</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Para um relacionamento criar raízes é fundamental que haja respeito, companheirismo e, principalmente, comunicação. Através da comunicação começamos a entender o outro, seus anseios, suas dúvidas, medos, problemas, alegrias, enfim, podermos fazer parte do “mundo do outro”. Através do exercício da comunicação podemos crescer como casal e como indivíduos. </p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Que tal perguntar para o outro o que o deixa mais feliz no relacionamento e tentar repetir mais vezes? Da mesma forma, procurarmos saber o que mais aborrece o outro e tentarmos evitar? Que tal procurar fazer uma surpresa para o amado? Que tal inventar para tornar a nossa história de amor singular e nos satisfazermos<span style=""> </span>como casal?<br /></p><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Que tal?</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"> </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> </p>carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-87903063654233905372010-11-12T11:40:00.000-08:002010-11-12T11:55:32.131-08:00O Outro Lado da Moeda...<p style="text-align: right;">Carmen Sílvia Musa Lício</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Já escrevi sobre a arte de envelhecer, sobre a experiência adquirida com o passar dos anos, etc e tal. Tudo o que escrevi sobre o assunto é o que eu penso...Mas, agora vou falar um pouco sobre o outro lado da moeda, não tão agradável, nem tão “dignificante”.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Bom, a gente vai envelhecendo, envelhecendo e, de repente, se olha no espelho e leva um susto! Quem é aquela do outro lado? No que me transformei? É um choque, e que choque!!! Você talvez ache um exagero, então vou contar a minha história. Quando casei tinha 30 anos. Estava naquela de “arrumar o ninho” e quis comprar um espelho “de corpo inteiro”. Na época estávamos bastante "enforcados", não só pelo casamento, mas também pela falta de dinheiro. Meu então marido achou que não estava na hora de tal façanha, afinal, além de não ser prioridade, considerava “supérfluo”. Resultou daí que ficamos 8 anos casados e nunca chegou a vez do “tal espelho”.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Um dia, estava eu andando numa rua movimentada em Pinheiros, quando levei um susto: “aquilo ali era eu?”. Então percebi que realmente era a minha imagem refletida no espelho!!! Que “acordar para a realidade”!!! Foi cruel! Envelheci 10 anos em um minuto? Não, eu que não me via no espelho por quase uma década!!! Fiquei realmente chocada... Estava beirando os 40 anos e o espelho teimava em mostrar-me esta nova realidade.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Era o início do fim... Acabei comprando o malfadado espelho, que havia sido o “meu sonho de consumo” por tantos anos...mas agora era mais um pesadelo do que um sonho realizado. As marcas estavam lá, inexoráveis!!! Aqui uma ruga, ali um início de “bigode chinês” (eu que nunca fui muito chegada aos hábitos orientais e agora tenho que ficar logo com um “bigode chinês”?...).<br />E isto foi só o começo...Tem mais, muito mais...</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Sempre achei que envelhecer é uma arte, que devemos envelhecer com dignidade, sabendo curtir cada fase da vida; e ainda acho. Mas não me contaram da tristeza ao ver a suas pernas sempre tão lisinhas, com inúúúúmeros furinhos, nada estéticos, diga-se de passagem. E aquelas veiazinhas que insistem em se instalar sem pedir licença e sem nenhuma cerimônia? E aquelas “pequenas avenidas”, mais conhecidas como estrias? É realmente cruel...É um triste despertar para a transitoriedade da vida, para a “efemeridade” da beleza!</p><p style="text-align: justify;"><br />Realmente, a beleza não é tudo, mais importante é a beleza interior, mas não acho que precisaríamos abrir mão de um certo “sentimento de bem estar conosco mesmas”. E a nossa auto-estima? Como mantê-la? Como recobrá-la?</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Continuando... De repente aparecem umas manchinhas na pele, um pouco salientes, nas pernas e braços, pelo corpo todo: - “É assim mesmo...” diz alguma amiga, querendo diminuir o nosso dissabor. Surgem também umas manchinhas amarronzadas, outras brancas... Será que depois de certa idade vamos ficando multicoloridas? Estampadas? Quantas dúvidas, quantas incertezas...</p><p style="text-align: justify;"><br />E os cabelos brancos? Sempre achei que deveriam branquear sozinhos e deveríamos deixá-los assim, afinal, cada marca, cada cabelo branco conta a história de uma vida “bem vivida”.<br /></p><p style="text-align: justify;">Não é justo! O homem, quando grisalho, é considerado um charme, mas quando é a mulher que “embraranquece” é outra história: é velhice mesmo. Ainda tem mais, quando o homem atinge os 40 anos, é considerado um homem experiente; já a mulher, no mínimo, mais “vivida”, ou “mais rodada”, como queiram.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Bom, vamos voltar “à vaca fria”, ou melhor, ao “outro lado da moeda”.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Ao me olhar no espelho, certa vez, me veio um sentimento de revolta contra um certo Isaac Newton. Não que ele tenha culpa do meu estado geral atual, mas, com a descoberta da lei da gravidade, ele me tirou a esperança de uma possível “auto-melhora” estética . Realmente, é um caso muito, muito grave; da maior gravidade. E sem muitas esperanças, já que para passar por uma “recauchutagem dos 50” é necessário muito mais do que o valor para se comprar um carro novo! (Será que é por isto que os homens muitas vezes acabam trocando a “véia lá de casa” por uma versão mais atualizada?)</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Li em algum lugar que o povo brasileiro dá uma importância exagerada à “casca”, à “embalagem”, e, no afã de ficarem de acordo com os padrões “exigidos” pela nossa sociedade, muitas mulheres têm se sujeitado a tratamentos e dietas impiedosas, que às vezes deixam seqüelas terríveis, quando não levam à morte. Nós estamos vivendo dias de total inversão de valores. Enquanto jovens somos consideradas “super”, mas, à medida que vamos perdendo o “prazo de validade” somos consideradas obsoletas ou até descartáveis...</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">É a barriga que resolve aparecer, a “bunda” que fica caída, a “síndrome do tchau” que surge, a cintura que resolve “encorpar”, que mais falta? Ah! Os peitos também resolvem cair, e os dentes amarelar... Após a menopausa, então, o estrago fica maior... O cabelo fica mais ralo, as unhas quebradiças, a vista cansada, as roupas apertadas, realmente, é de a-m-a-r-g-a-r!!!<br />E a pele? Fica flááácida, “sobrando” e “apergaminhada” (não seria nada de mais se gostássemos de mapas-mundi do tempo dos “grandes descobrimentos”).</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Será que me esqueci de algum detalhe mórbido? Provavelmente sim...</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Depois de todo este quadro deplorável, fica aqui registrada a minha revolta:<br />“Abaixo a Lei da Gravidade! Que subam as bundas, os peitos e tudo o mais!!!”</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Tenho dito! Ou melhor, escrito!!!</p>carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-48543158892347892362010-11-10T08:10:00.000-08:002010-11-10T08:59:13.184-08:00Envelhecer é uma Arte<div align="right">Carmen Sílvia Musa Lício</div><div align="justify"><br />Quando somos crianças, olhamos os mais velhos com um misto de dó e compaixão. Aliás, nesta fase, pessoas de 20 a 30 anos são consideradas por nós, ainda crianças, muiiito velhas.</div><div align="justify"><br />É interessante como tudo depende da perspectiva que vemos. Soube, há alguns anos, de uma senhora que, ao saber que o prefeito eleito da cidade de Ubatuba tinha 60 anos, disse:-“Rapaz de futuro...”. Pois é, a “dita cuja” tinha “prá mais de 90”!!!</div><div align="justify"><br />Após alguns anos de vida, lá pelos 15, consideramos nossos pais, no mínimo, uns “babacas”, que pensam que sabem tudo, mas não sabem nada, nem nos educar, nem gerenciar o seu dinheiro, nada... </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Pois é, o tempo continua passando e, lá pelos 25-30, já casados ou “arrumados” (ou algo do “gênero”), percebemos que os coroas “até que não eram tão ruins”, que “até tentavam fazer alguma coisa” diante da vida e conosco. Nesta época ainda estamos “em pleno vigor” e “a todo vapor”. Temos saúde, amigos, condições de subsistência, ânimo, planos, muitos planos para o futuro. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Aliás, a juventude é uma sucessão de feitos e acontecimentos; podemos tudo! Seremos felizes, escolheremos a melhor companhia para passarmos o “resto das nossas vidas”, teremos filhos educados, obedientes, seremos profissionais bem sucedidos, teremos uma casa “de verdade” num “local digno”, viajaremos por “todo o mundo”, e mais isso e mais aquilo...</div><div align="justify"><br />Mas o tempo teima em passar, e, lá pelos 40, nos vemos ainda correndo atrás ou esperando as coisas acontecerem. E as coisas nem sempre acontecem. Os filhos, adolescentes, nos questionam da mesma forma (ou mais) que questionávamos os nossos pais. Então, numa noite, ao pensarmos sobre a vida, percebemos que fomos muitas vezes injustos, super críticos com nossos pais e que eles fizeram o que puderam com os recursos que tinham e percebemos que não somos tão poderosos assim, que as nossas limitações são maiores do que imaginávamos e, o que é pior, os filhos não vêm com manual de instrução e, o que é bom para um, pode ser péssimo para o outro.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Êta aprendizado doido! (ou será doído?).</div><div align="justify"><br />Os valores estão mudando muito rapidamente e quase tudo fica obsoleto em pouco tempo, inclusive nós... </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Inclusive nós?Não dá para conceber um ser humano ser descartável. Envelhecemos, ficamos com rugas, limitações físicas, doenças crônicas, síndrome do “tchau”, um montão de coisas mas..., e a sabedoria dos mais vividos?</div><div align="justify"> </div><div align="justify">As coisas não nos afetam mais com aquela força que mais parece um furacão. Já passamos por tantas coisas que sabemos que “tudo passa”... Não precisamos, e nem adianta, nos desesperarmos, sabemos que sempre há um dia atrás do outro e que uma hora as coisas vão melhorar ou conseguiremos, de alguma forma, vislumbrar uma luz no fim do túnel, uma solução ou uma forma de lidarmos com o problema de uma forma mais adequada e tranqüila...</div><div align="justify"><br />Envelhecer é uma arte!</div><div align="justify"><br />Continuando nossa jornada... Aos 50, vemos nossos filhos saindo para viver suas vidas e nós, mais uma vez, temos que nos adequar `a nossa nova realidade. Temos que traçar novos objetivos, novas maneiras de sobrevivermos emocionalmente e de nos relacionarmos conosco, com os filhos, pais e amigos... É uma fase de uma certa solidão, uma solidão introspectiva que nos leva a repensar nossas prioridades, nossos conceitos, nossa vida...</div><div align="justify"><br />Nesta época, se não estamos sozinhos, temos que recriar nosso relacionamento com o companheiro, para não perdermos a motivação, não cairmos na “mesmice de um relacionamento corriqueiro e incolor”. Se estamos sós, temos que nos adaptar a uma solidão mais palpável. Isto não nos impede, é claro, de procurarmos um novo companheiro ou outros interesses!</div><div align="justify"><br />Ainda nesta fase de vida, muitas vezes, temos nossos pais para cuidar, o que não deixa de ser uma dádiva de Deus, pois eles continuam nos ensinando e nos acolhendo, dando sempre o seu apoio e incentivo. Ainda apostam em nós!</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Chegamos, então, à conclusão que eles, na verdade, conseguiram fazer milagre!!! Como é que conseguiam conciliar o trabalho, a família, os afazeres domésticos, o cuidado diário com os filhos, honrar todos os seus compromissos??? E ao olharmos seus cabelos já embranquecidos, nos perguntamos: -“Será que chegaremos lá? Com esta garra, esta força, esta sabedoria adquirida com o passar dos anos???”</div><div align="justify"><br />Nossos pais se tornam heróis!!!</div><div align="justify"><br />Há alguns anos atrás trabalhei em uma casa de repouso onde havia aproximadamente 20 idosos. Na primeira visita fiquei um bocado chocada, pois parecia que os velhinhos estavam “guardados”, esperando o último suspiro. Acaba nos chocando por ser um espelho “do tipo”: "eu sou você amanhã". Após algum tempo percebi quanta riqueza de vida, quantas histórias tão pessoais e ao mesmo tempo tão parecidas. É um verdadeiro prazer conviver com eles: tão frágeis e ao mesmo tempo tão fortes, tão simples e ao mesmo tempo tão profundos... Cada história de vida nos enriquece; cada história de vida é única, comovente, às vezes por sua leveza, às vezes por sua densidade. E eles nos esperam e nos recebem com tanta alegria e carinho; são momentos de calor humano nos dias serenos e sem novidade de suas existências...</div><div align="justify"><br />Mas não pensem que eu tinha algo contra os “velhinhos” e que depois percebi o “quão sábios” são. Ao contrário! </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Minha avó Esther ficou paraplégica após um derrame cerebral na época em que nasci (meus "amáveis" irmãos diziam que foi do susto que ela levou ao me ver!) e eu ajudava a cuidar dela nas férias e, desde que me entendo por gente, já achava que era difícil envelhecer. Ela era muito calma e sempre contava histórias antes de dormirmos. Gostava de ler um livro chamado “Pérolas Esparsas” onde havia histórias de pessoas alcoólatras, ou que eram espancadas pelo pai, ou alguma tragédia deste “tipo”, que, quando conheciam a Jesus, eram transformadas e a vida da família também. Depois pedia para eu ler algum trecho da Bíblia e, quando eu gaguejava ou não conseguia ler alguma palavra (a página estava até gasta de tanto ler acompanhando com o dedo), ela falava o trecho de cor (e então eu pensava: “por que ela me pede para ler se já sabe tudo de cor?”). </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Depois era a hora de orar por cada um dos familiares (eram citados nominalmente e, pasmem, eram quase 30!!!). Naquele tempo eu achava uma coisa , no mínimo, enfadonha, mas contribuiu muito na minha formação pessoal. Ficou acamada por mais de 20 anos e nunca a ouvir se lamuriar ou reclamar da sua situação. Ao contrário, sempre tentava nos mostrar algo, algum princípio, ao ouvir nossas histórias do dia a dia. Aprendi a amá-la e a respeitar as pessoas idosas e, desde então, já ver as suas necessidades tanto físicas quanto psicológicas.</div><div align="justify"><br />Creio que devemos cuidar dos “nossos velhinhos” com muito amor, pois eles se tornam muito frágeis e carentes, necessitando do nosso amparo e proteção.</div><div align="justify"><br />Quando observo minha mãe, uma octagenária, completamente lúcida, com limitações físicas e sempre se colocando à disposição dos outros para aconselhar, orar pelas pessoas, participar das suas tristezas e alegrias, esperando que os filhos e os netos a visitem, dando um pouco de atenção e aconchego para tornar sua velhice mais tépida, chego à conclusão que a vida é muito fugaz... </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Devemos dar mais valor aos nossos relacionamentos, principalmente com nossos familiares e amigos mais chegados.</div><div align="justify"><br />Apesar de envelhecermos, temos uma missão, uma função em cada fase da nossa vida e, na medida em que o tempo passa, temos mais experiência, mais paciência, mais calma para podermos passar o que pudemos aprender na vida para as outras pessoas. E continuamos a aprender, sempre!</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Aí está a emoção de viver!!! A cada dia, um novo desafio, uma experiência nova, algo a aprender, algo a trocar...(Será que estou sendo romântica demais? Creio que não).</div><div align="justify"><br />Enquanto Deus nos der o fôlego da vida, peçamos a Ele sabedoria para sabermos o que nos cabe fazer a cada dia, em cada fase da nossa vida.</div><div align="justify"><br />Enfim, há que se envelhecer, porém, sem perder a esperança, jamais!!!</div><div align="justify"> </div>carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-42637084459030411482010-11-08T11:30:00.000-08:002010-11-08T11:41:01.586-08:00Animais, Animais.... Irracionais?!?!?!<p align="right">Carmen Sílvia Musa Lício</p> <p>Sempre achei importante cuidar de pessoas, afinal, elas têm alma! Achava o cúmulo pessoas se importarem tanto em salvar os cachorros de rua, se descabelarem quando morriam... Com tantas crianças abandonadas, sofrendo maus tratos!</p> <p>Ultimamente tenho me perguntado se não é melhor cuidar de animais; afinal, eles são mais gratos do que os "humanos".</p> <p>Quando cuidamos das pessoas, muitas vezes, elas se mostram ingratas e acham que não fizemos “nada a mais que a nossa obrigação”, mesmo quando nos desdobramos e conseguimos “fazer mágica”, tirando soluções da cartola, para que elas tenham suas necessidades básicas de saúde atendidas...</p> <p>Pois é, estava eu no posto de saúde onde trabalho, tentando encaixar uma usuária que havia triado e considerado necessário uma consulta médica “a curto prazo”, quando tocou o meu celular. Era a secretária da veterinária dos meus animais me lembrando do retorno de uma das minhas cadelas, a Núbia (por favor, creiam, nada pessoal; já a herdei com este nome, quando uma “amiga” disse não poder desocupar o imóvel que eu havia alugado para ela, não pagando por mais de dois anos, devido ao fato de não ter com quem deixar a “pobrezinha”, ao que respondi prontamente: “pode deixar que eu cuido dela!”)</p> <p>Bom, continuei a trabalhar e me lembrei de um filme que assisti há algum tempo chamado “Vida de Cachorro” onde mostrava as agruras de um homem e o seu cão ao serem “ligeiramente” atropelados, e os cuidados do dono com o seu animal, incluindo raio-X, retornos, remédios... Mostrava ainda os cuidados recebidos pelo homem quando percebeu, após cuidar do cachorro, que também estava com dores e dificuldades para andar.</p><p><br />O filme é muito engraçado, pois o cão é prontamente atendido e deixado confortavelmente em casa aos cuidados da namorada do rapaz, enquanto ele tem que pegar fila para a consulta médica, fila para fazer raio-X, fila para retornar ao médico, fila para tomar o medicamento, fila para isto e aquilo, e, após a peregrinação pelo hospital durante todo o dia, ao retornar ao seu lar o telefone toca; sua namorada atende e responde ao telefone que está tudo bem e tal, e, quando ele pergunta se é o seu médico querendo saber como ele estava, ela responde que é o veterinário...</p><p><br />Pior ainda (sim, tudo pode piorar), quando ele, engessado, resolve sentar-se em sua poltrona preferida, e qual não é a sua surpresa ao ver que já estava ocupada pelo “melhor amigo do homem”, seu cão.</p> <p>Atualmente, não tão atualmente, o valor das pessoas parece ter diminuído muito. Tanto, que o povo parece não merecer mais nada; daí o descaso das autoridades (ou seria ao contrário?). As pessoas tentam, em fila, um atendimento médico para as suas mazelas, que muitas vezes são sociais, e não conseguem... E continuam andando em busca de alguém que minimize seus males. E a burocracia é tão grande e tão ineficaz que, frente a tantos obstáculos, as pessoas acabam se virando contra as próprias pessoas que estão tentando ajudá-las, como se elas fossem as responsáveis por tanta ineficiência e infortúnio. Acabam, às vezes, se “rudimentando”, e, nessa “rudimentação” se tornando como os animais, irracionais.</p> <p>Em contrapartida, os animais, quando percebem que estamos cuidando deles, nos olham de uma forma tão agradecida que até “parecem gente”!!! Demonstram gratidão, fidelidade, carinho, companheirismo... Ainda assim, são considerados irracionais... Será?</p>carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-75117198724574758012010-11-03T13:03:00.000-07:002010-11-03T13:11:18.671-07:00Esperando o Plantão Acabar...<p align="right">Carmen Sílvia Musa Lício</p> <p style="text-align: justify;">É impressionante! Tem dias que tudo transcorre rapidamente, até parece que o tempo voa... Andamos de lá para cá fazendo inúmeras tarefas, atendendo cada paciente que nos procura, além daqueles que nos são encaminhados; fora os telefonemas a fazer e as muitas ligações a atender:<br />-“Aqui é o dr Homero, tudo bem? Aqui vai mais um caso de dengue para a vigilância fazer a visita domiciliar e a cobertura do foco”.</p><p style="text-align: justify;"><br />E lá vamos nós, os atletas da saúde, tentar dar conta de mais uma, só mais uma, além das inúmeras tarefas inadiáveis. Temos que solicitar a viatura (será que tem?), disponibilizar os auxiliares de enfermagem (que já são poucos para o trivial), dar conta do recado.<br /></p><p style="text-align: justify;">E que RECAAADO!!!</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Para sermos bons profissionais temos que ser pacientes, apresentáveis, amáveis, profissionais, acolhedores, gentis, e mais isto, e mais aquilo, e muito mais, sem pensar nos entretantos e nos finalmente, é claro!!! Pois profissional que se preze tem que ser mais, muito mais...</p><p style="text-align: justify;"><br />É uma incongruência (êta palavra difícil !). Cuidamos da saúde de todos, damos soluções milagrosas (vai dizer que não é milagre conseguir exames complementares e especialistas para “um futuro próximo” na rede pública de saúde?!), fazemos e acontecemos,dentro das imensas limitações que nos são impostas. E nós não temos tempo para cuidarmos de nós mesmos, da nossa saúde, dos nossos familiares, do nosso lazer (que lazer?).</p><p style="text-align: justify;"><br />E a vida voa!!! E como voa... De repente os filhos cresceram, não “precisam” mais de nós e ficamos chocados com a rapidez com que o tempo passou e percebemos que, muitas vezes, cuidamos mais dos filhos e da família dos outros do que da nossa.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">É nessa fase de vida que nos perguntamos se corremos atrás dos objetivos certos, se não valorizamos demais coisas que não deveriam ser tão valorizadas... É uma época de introspecção, de revalorização, de mudanças...</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Bom, voltando ao início da nossa “conversa”, tem dias que o dia corre, mas tem dias, tem dias... que parece que o plantão vai durar uma eternidade...</p><p style="text-align: justify;">É claro que é exagero, mas dá vontade de sair correndo até não ser mais encontrado, e, simplesmente, descansar. Descansar da tragédia do dia a dia alheia, dos pacientes exigentes que não cansam de lembrar-nos que são “eles que nos pagam o salário” (quem mandou ser funcionário público?), que nós temos a “obrigação” de darmos uma solução pronta para seus problemas de saúde, independentemente de termos ou não condições, e de não sermos um pronto socorro (ah! já adivinhou que trabalho num posto de saúde... ou... postinho, como dizem os usuários). Enfim, descansar de sermos diuturnamente os “repentistas da saúde”, sempre tentando dar uma solução, apesar das poucas condições locais, apesar do pouco reconhecimento, do pouco salário e até da fama de “vagabundos”.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Vagabundos!!! É de ficar estarrecido! Como podemos ser chamados de vagabundos quando ficamos, desde a hora que chegamos até a hora de sairmos trabalhando sem parar, tentando dar uma resposta a toda demanda, fora os relatórios (benditos relatórios!), os encaixes de consultas, o acolhimento da população, as escalas de serviço, a vigilância epidemiológica, os pedidos de oxigênio, a supervisão da UBS, os pedidos de medicamentos, de vacinas, de materiais, ais, ais, ais...</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Você deve estar se perguntando: “Será que esta mulher escolheu a profissão certa?”. Eu mesma já me fiz esta pergunta muitas vezes, mas chego à conclusão de que gosto do que eu faço, apesar de tantos entretantos...e tão poucos finalmente.</p><p style="text-align: justify;"><br />Não há monotonia no nosso serviço, cada dia temos um novo desafio. Só gostaria de ser mais reconhecida, ter um retorno melhor, tanto financeira quanto profissionalmente.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Mas, o que nos consola mesmo é quando vemos um caso que parecia não ter solução ou muito difícil ser resolvido, não pelos trâmites usuais (pois jamaiiis seria a tempo do “infeliz” sobreviver), mas pela boa vontade de todos nós que trabalhamos de alguma forma para que tudo aconteça, apesar do descaso em que vivemos, servidores e usuários.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Assim, o mês vai passando... É verdade que o salário passa bem mais rápido que o mês e, quando conseguimos sobreviver a mais um mês, chego à conclusão que somos uns sonhadores inveterados, esperando que a Saúde um dia vá melhorar.</p><p style="text-align: justify;">(publicado há uns 4 anos, mas continua atual!!! E como!!!)<br /></p>carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2907407529396746573.post-80966624416899280422010-10-29T10:49:00.000-07:002010-10-29T13:32:06.657-07:00"Cronicando"...<div style="text-align: right;">"Carmen Sílvia Musa Lício<br /><br /><div style="text-align: justify;">Sempre gostei de escrever. As minha redações quase sempre eram lidas na classe e o resultado era cômico.<br /><br />Me lembro certa vez que um professor de Português pediu para fazermos um texto sobre "A Moda". Tentei mostrar um panorama sobre o assunto desde a época das cavernas, seguindo pela vida afora, até os nossos tempos, falando sobre como o Homem criou e recriou nossas vestimentas, sobre o uso e desuso de peças através dos séculos...<br /><br />Ele me pediu para ler para a classe e, à medida que eu ia lendo, as pessoas gargalhavam!!! O professor riu tanto, e disse que nunca viu uma redação tão engraçada!!! Confesso que fiquei um tanto surpresa, apesar de acha-la mesmo um tanto "hilária"...<br /><br />Minha mãe disse que eu "puxei a veia cômica" de uma tia minha que nem conheci (!!!) Se assim foi, agradeço imensamente, pois consigo, mesmo em meio a tragédias, encontrar algo de engraçado a relatar... E mesmo uma tragédia pode se tornar uma tragicomédia! Melhor deoque chorar, creio!!! Então, "tudo vira crônica", como diz a minha família...<br /><br />O resultado disto é que já escrevi umas 250 crônicas, que colocarei aos poucos , para que possam ler.<br /><br />E não é que "cronicar" vicia?!?!?!<br /><br />Então, mãos à obra, ou melhor, vista d'olhos já!!!<br />Bom Proveito!!!<br /><br /><br /></div></div>carmenhttp://www.blogger.com/profile/10091198654180178273noreply@blogger.com2